Trinta tertúlias preparam o cenário castiço para receber os aficionados que a partir de quinta-feira invadem a vila de Azambuja. Há mantas, barretes, capotes, chocalhos e cartazes de corridas que ornamentam os espaços. A centenária Feira de Maio é a festa maior e os azambujenses não escondem o orgulho. “É a mais castiça das festas ribatejanas. Pode haver uma coisa parecida, mas não há igual”, explica Amadeu Silva, enquanto ajuda um amigo a montar mais uma tábua no burladero improvisado à porta de casa.Até segunda-feira, 26 de Maio, são cinco dias de festa sem parar. Alguns dispensam a cama e largas dezenas de aficionados tiraram férias para viver a festa intensamente. As largadas de toiros nas ruas da vila e na praça do município são o ponto alto do programa. A primeira entrada de toiros conduzidos por campinos e cavaleiros a cavalo será na quinta-feira às 19h00. Todos os dias haverá uma entrada de toiros para satisfação de dezenas de recortadores e milhares de admiradores que se deslocam a Azambuja.A derriba e picaria na quinta-feira às 10h30 na Várzea do Valverde é um ponto marcante do primeiro dia da feira cuja abertura oficial será às 17h00 com a presença das entidades convidadas e forças vivas do concelho que participam na inauguração das exposições e da praça das freguesias onde todo o concelho apresenta as suas melhores iguarias e os vinhos produzidos nas várias localidades.O vinho que anima a noite de sexta-feira, 23 de Maio, com distribuição gratuita de “sardinha, pão e tinto” para todos os visitantes. A “ceia” é antecedida de um desfile dos campinos e do gado à luz de archotes e de uma largada de toiros. Pela noite fora, os arraiais animam os festeiros até ao romper do dia com grupos musicais em vários largos e a Banda da Alegria a percorrer as ruas e tertúlias da vila.Numa festa onde o campino é rei, este ano o homenageado é Joaquim Carlos dos Santos da Herdade da Adema, em Samora Correia. O campino estará acompanhado do pai Joaquim Isidro Santos com 82 anos, do filho Luís e do neto Rui, numa imagem única de quatro gerações de campinos em actividade. A homenagem será no domingo às 09h30 na praça do município com a presença de mais de meia centenas de campinos e cavaleiros amadores. O homenageado vai receber o pampilho de honra com o nome de José Pereira da Silva. Os espectáculos musicais primam pela qualidade. O concerto com Da Weasel, no sábado à meia-noite, é o ponto máximo. Na quinta-feira a cantora azambujense Dana mostra um espectáculo diferente onde o fado aparece com contornos de modernidade. O Campo da Feira foi renovado e acolhe as nove freguesias e os pavilhões das actividades económicas e do artesanato “Artes e Ofícios”. Do outro lado da estrada há uma feira franca onde se vende de tudo um pouco e há espaços de animação com carrosséis, pista de automóveis e outros divertimentos para crianças e adultos. A feira termina na segunda-feira, 26 de Maio, com um espectáculo de fogo-de-artifício.