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“O público é muito exigente mas tem-me ajudado a crescer”

“O público é muito exigente mas tem-me ajudado a crescer”

Paulo D’Azambuja é um cavaleiro clássico da nova geração

Em pequeno brincou com o capote a muleta do tio, o novilheiro Manuel Tavares, mas foi a atracção pelos cavalos que o levou para a tauromaquia. Aos 14 anos é um dos mais promissores cavaleiros.

Quando tinha quatro anos, Paulo Pinto brincou com o capote e a muleta do tio, o novilheiro Manuel Tavares, mas foram os cavalos que o convenceram a entrar na festa brava. Aos cinco anos começou a montar no picadeiro em Azambuja e aos nove anos já toureava como gente crescida. Cinco anos e 60 actuações depois é uma das promessas da tauromaquia nacional. Paulo D’ Azambuja, é o nome de guerra deste jovem de 14 anos, mas com uma maturidade invulgar para a idade.“O meu sonho é aprender todos os dias com os cavaleiros mais velhos e crescer para ser figura”, explica numa conversa com O MIRANTE na Quinta dos Leões, propriedade da família em Casais da Lagoa, Azambuja.É no picadeiro improvisado pela família que Paulo D’ Azambuja treina quase todos os dias. Uma vez por semana desloca-se à Quinta do Falcão, em Tomar para aprender com Rui Salvador, um dos melhores cavaleiros portugueses. “O Rui é um mestre, mas é também um grande amigo que me ajuda imenso”, explica com orgulho. Para além de treinarem em conjunto, Rui Salvador analisa as imagens das lides de Paulo ao pormenor e sugere correcções para o que está menos bem. Na curta caminhada de Paulo já estiveram outras figuras que admira como Manuel Jorge de Oliveira e Tito Semedo, dois cavaleiros que gostaria de ver na sua alternativa que pretende que seja no Campo Pequeno. “É a monumental de Lisboa, uma catedral do toureio”, referiu. A arte equestre é aperfeiçoada com a ajuda de João Lince na Quinta da Caridade e depois, há que montar todos os dias para preparar os cavalos e o cavaleiro.Para além de treinar, o cavaleiro cuida dos cavalos com a ajuda do pai, Norberto Pinto que o acompanha em cada passo. O cavaleiro azambujense tem cinco cavalos a tourear. A estrela da quadra é o Ojeda, um cavalo branco que é um verdadeiro artista nas arenas.Paulo reconhece que o facto de não ter nascido numa família de cavaleiros e criadores de cavalos condiciona a sua ambição, mas acredita que quando há talento e vontade de vencer “tudo se supera”. Paulo é crente em Deus e nos santos. Tem uma medalha da virgem de Marcarena que o acompanha em todas as corridas, entra sempre com o pé direito na arena e nunca coloca o chapéu em cima da cama.Um mundo complicado dentro e fora das arenasPaulo fala com o mesmo à vontade com que lida os toiros. Tem um discurso fácil e parece muito seguro do que diz. Reconhece que o mundo dos toiros é complicado e “mexe com muitos interesses”, mas prefere estar afastado dessas guerras.A carreira do jovem cavaleiro é dirigida pelo amigo José Carlos Amorim que é também o apoderado de Rui Salvador e é um agente respeitado no meio. “Tem sido muito importante para mim”, frisa. O moço de espadas é o tio Manuel Tavares, homem entendido da festa e bom conselheiro. O pai filma todas as actuações e é um dos críticos de confiança do jovem toureiro. Aluno do 8º ano na Escola EB 2/3 de Azambuja, Paulo tem sentido alguma dificuldade em conciliar os estudos com a carreira de cavaleiro. “Com sacrifício consigo, mas é muito exigente”, diz o aluno que pretende ser engenheiro agrícola.Os amigos e colegas de escola não perdem uma actuação do cavaleiro e lamentam que não esteja nos cartéis da Feira de Maio que está a decorrer. Paulo lamenta, mas diz entender as opções do empresário e recorda que ainda no dia 11 de Maio toureou na sua terra. “É um público exigente mas que me tem ajudado muito a crescer”, sublinha.A próxima actuação do cavaleiro será no dia 24 de Maio na Feira Taurina da Moita, uma praça com tradição e com um público exigente.O ginete vive para os cavalos e para o toureio. “Não dá tempo para namorar”, diz, apesar de ter algumas fãs atrevidas. No pouco tempo livre que tem gosta de ir com os amigos às montarias, vê corridas na televisão e pesquisa sobre toiros e cavalos na Internet. “Quando tiver 18 anos vou logo tirar a carta de caçador. Gosto muito de caçar”, refere o rapaz que se sente bem em contacto com a natureza.
“O público é muito exigente mas tem-me ajudado a crescer”

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