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Os jovens de hoje vivem para o prazer imediato

Qual é a sua opinião sobre os interesses dos jovens? Muitas vezes preferem os Morangos com Açúcar a um livro…Os jovens são fruto da sociedade em que vivemos. Converso muito com os jovens porque também tenho o sector da juventude e achei importante reactivar o associativismo juvenil. Praticamente não existe. Lançámos uma série de acções no sentido de promover junto dos jovens o associativismo. Muitas escolas não têm associações de estudantes e houve uma altura em que todas as escolas tinham associação de estudantes. E porque é que isso aconteceu?Os jovens a quem pergunto as razões dizem que preferem ter esse tempo para sair com os amigos. Esta componente da participação cívica através do associativismo perdeu-se. Tentámos recuperá-la e já temos mais associações não apenas ligadas às escolas. A influência que têm é interessante. Os jovens ouvem-se muito mais entre eles que ouvem um adulto. Temos algumas inscrições no banco do voluntariado e tem sido uma experiência enriquecedora.Como interpreta esse desinteresse?Os jovens de hoje são caracterizados como sendo muito hedonistas. Vivem para o prazer imediato. Mas eles são o produto de uma cultura. Não podemos criticá-los. O que temos é que levar os jovens a ver outras componentes que são importantes para a sua realização pessoal e profissional. Princípios de solidariedade, cooperação e fraternidade que muitas vezes caem em desuso têm que ser recuperados. E devem ser os jovens a recuperar esses valores. Quem quer ir ao cinema tem que ir para Lisboa.Tem que ir para Lisboa porque enquanto o cinema existia aqui ninguém lá ia. A proximidade de Lisboa tem isto. Estando a capital ali ao lado terá uma oferta cultural muito diversificada relativamente aos municípios que constituem a área metropolitana de Lisboa. O que temos é que fazer a diferença. Ter algo que não exista na capital e que seja apelativo para os jovens. Não queremos competir com a capital até porque não é esse o objectivo do município. E o visionamento esporádico?O visionamento esporádico acaba por não criar hábitos. No que diz respeito ao cinema há a tendência para procurarem as grandes superfícies onde têm variedade. A câmara gostaria que existisse cinema em vila franca, mas entende que não sendo ele economicamente viável ninguém vai investir no projecto. Teria que existir uma sala de cinema com características completamente distintas. Porque não um drive-in? Talvez me ouça alguém interessado em instalar um drive in em Vila Franca de Xira…Acha que teria viabilidade?Penso que sim. Dependendo das épocas em que funcionasse. Será mais de verão, mas o verão agora também tem que se lhe diga porque já não sabemos muito bem como funcionam as estações… Pensou num local específico?Pensei no projecto em si e não no local. Foi uma ideia que não explorei ainda por falta de oportunidade. E carece de algum aprofundamento. É uma hipótese diferente. O facto de ser ao ar livre e das pessoas poderem deslocar-se através dos seus próprios meios e de ter uma grande tela. Se fosse junto do rio era uma coisa fantástica. Vi com pena o encerramento do cinema, mas da última vez que lá fui a sala tinha quatro pessoas. Pode ser uma ideia louca ou não…

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