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Olhar de banda, e não de esguelha…

Nestes últimos anos, o individualismo crescente mas também a multiplicação de meios electrónicos de acesso à música e à festa, têm quebrado o tradicional parar do mundo “para ver a banda passar, cantando coisas de amor”, como dizia a canção de Chico Buarque. É contra esta tendência que nos insurgimos: em nome da música e das velhas – mas actuais – bandas filarmónicas pretendemos renovar o olhar comum sobre este fenómeno que conhecemos bem. As bandas têm um alto potencial em termos de cultura, em termos sociais e também educativos. Não merecem o olhar de esguelha que alguns lhes dedicam, cheios de superioridade e de “mete nojo”! Somos alunos de 12º ano em Área de Projecto. Alguns de nós temos quatro ou cinco anos de Conservatório. Juntámo-nos em Abrantes mas tocamos em bandas diferentes – Gavião, Montalvo e Montargil – com dezenas de pessoas da nossa idade e não só. As bandas são um cadinho de gentes ligadas pela execução musical e, cada vez mais, pelas amizades. Trabalhamos a noção de “equipa” mas a responsabilidade de cada um não se dilui no grupo. Ensaiamos uma ou duas vezes por semana e, de quando em vez, lá temos as nossa saídas e viagens de “trabalho”que são também convívio e lazer...Assim corremos mundo! Achamos esta dimensão social e formativa marcadamente positiva, mas não a única da questão: com efeito, na base da nossa acção, está a aprendizagem da música e da prática instrumental, em que reconhecemos um importante papel na formação intelectual. A música, linguagem universal e intemporal, está para as artes como o latim para as línguas: uma e outro implicam conceitos matemáticos e de disciplina, mas a música desperta bem mais emoções! Se a nível oficial este ensino continua a sofrer o revés economicista que tudo rege, as velhas – mas actuais – bandas filarmónicas ainda contam com a boa vontade das autarquias e dos festeiros tradicionais, que apostam na formação gratuita de novos executantes, com todas as vantagens que isso lhes traz. Sublinhamos a existência de Escolas de Música afectas às bandas, como uma oportunidade de todas as idades e daqui apelamos a todos: pais, filhos e avós, não é tarde nem cedo para ingressar no mundo da música, através de uma banda! Está na hora de sair tocando coisas de amor… Ana Pires, Fernando Brites,Lucie Weiss e Sérgio Paulo Alunos do 12º ano turma B, da Escola Secundária com 2º e 3º CiclosDr. Manuel Fernandes de Abrantes

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