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Moita Flores e Ramiro Matos juntos na Câmara de Santarém só até final do mandato

Moita Flores e Ramiro Matos juntos na Câmara de Santarém só até final do mandato

Declarações do vice-presidente numa reunião da concelhia do PSD abriram brechas no partido
O PSD de Santarém vive momentos de alguma agitação interna que estão a ter reflexos no relacionamento entre o presidente da câmara, o independente Francisco Moita Flores, e o seu vice-presidente da autarquia e líder da concelhia escalabitana do PSD, Ramiro Matos. Numa reunião da comissão política concelhia realizada em Abril passado, Ramiro Matos aludiu à hipótese de Moita Flores não se recandidatar ao cargo ou de poder apresentar-se ao eleitorado à frente de uma lista independente com o apoio da actual vereadora independente Luísa Mesquita, expulsa do PCP em Novembro passado. Cenários que, para alguns dos militantes presentes, deixaram no ar a possibilidade de Ramiro Matos se estar a perfilar como possível candidato do PSD à presidência da Câmara de Santarém. Uma hipótese que o próprio já desmentiu a O MIRANTE (ver texto nesta página).Esse discurso foi encarado com perplexidade por alguns dos militantes presentes. As palavras de Ramiro Matos caíram bastante mal entre o círculo de militantes mais próximo de Moita Flores, que veio a saber posteriormente dessa situação e ficou desagradado com a forma como as coisas foram colocadas.Moita Flores tem hesitado quanto a uma possível recandidatura mas já garantiu aos seus colaboradores mais próximos que, a recandidatar-se, será sempre pelo PSD. É ideia comum entre alguns dos militantes ouvidos por O MIRANTE que o presidente da câmara vai avançar para um segundo mandato, depois de ter resolvido os problemas de saúde que o apoquentaram e algumas questões de foro pessoal e profissional. O autarca não quis fazer comentários sobre essas questões.Para já parece certo que Ramiro Matos é uma carta fora do baralho caso Moita avance e o nome de Ricardo Gonçalves, também vereador no executivo e vice-presidente da distrital “laranja”, ganha força como possível número dois de Moita Flores. Ricardo Gonçalves é também visto nalguns círculos como candidato natural à sucessão de Ramiro Matos na liderança da concelhia social-democrata de Santarém, cujas eleições devem decorrer até Agosto próximo. Ramiro Matos está na fase final do mandato na concelhia e, estatutariamente, já não pode recandidatar-se pois perfez três mandatos seguidos. As eleições para a concelhia ganham importância redobrada já que será essa estrutura partidária a caucionar as listas para as autárquicas. As divisões internas no PSD escalabitano ficaram também evidenciadas durante as eleições directas para a direcção nacional do partido e para os delegados ao congresso, que decorreram no passado sábado. Os apoiantes de Pedro Passos Coelho dividiram-se por duas listas. A versão oficial é a de que essa divisão permitiria trazer vantagens face às listas apoiantes dos outros candidatos, já que os delegados são apurados através do método de Hondt. O que se confirmou, já que Passos Coelho elegeu os três delegados em disputa em Santarém.A lista encabeçada por João Leite, líder da concelhia da JSD e apoiante indefectível de Moita Flores, obteve uma vitória expressiva, elegendo dois dos três delegados ao congresso do PSD – 117 votos contra 78 da lista de José Gandarez, nome que não reuniu consenso entre os apoiantes de Passos Coelho. As listas apoiantes das candidaturas de Pedro Santana Lopes (liderada por José Peres – 44 votos) e Manuela Ferreira Leite (liderada por Flávio de Sá – 49 votos), não elegeram nenhum delegado.Em comunicado, o presidente da concelhia da JSD não deixou de salientar o resultado obtido e de criticar a lista de José Gandarez, que teve como número dois Ricardo Rato, “actual crítico da JSD de Santarém”. “Para a JSD estas eleições foram mais do que uma eleição para os delegados ao Congresso, serviram também para clarificar algumas dúvidas relativamente ao que aconteceu há três semanas nas eleições da JSD e reforçar a legitimidade da actual Comissão Política da JSD de Santarém”, diz João Leite.
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