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Socialistas criticam “camarada” que dirige a Assembleia Municipal de Vila Franca

João Gaspar diz que recusa transformar a mesa numa comissão de censura
O presidente da assembleia municipal já tinha colocado o lugar à disposição da comissão política. João Gaspar regressou com a confiança dos socialistas e volta a ser contestado.O presidente da mesa da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, João Gaspar (PS) foi alvo de vários reparos feitos pela presidente da câmara e pelo líder da bancada socialista pela forma como conduziu os trabalhos na última reunião realizada na terça-feira à tarde em Castanheira do Ribatejo. Um sinal de contestação que não é novo. No processo dos mouchões, no Verão de 2007, o presidente da mesa teve posição contrária à maioria dos eleitos do PS, suspendeu o mandato e colocou o lugar à disposição da comissão política concelhia, como revelou numa entrevista a O MIRANTE.Depois de uma intervenção cirúrgica ao coração, João Gaspar, 70 anos, regressou à condução dos trabalhos com um voto de confiança dos socialistas, mas o seu estilo volta a ser contestado por vários responsáveis do PS e O MIRANTE apurou, junto de fonte próxima, que o autarca pode não concluir o mandato.Na assembleia de terça-feira, Maria da Luz Rosinha fez um pedido de ordem à mesa e várias correcções ao modo como a reunião foi conduzida. A edil chegou a substituir o presidente da mesa, dando a palavra aos vereadores e fazendo sugestões sobre assuntos onde não deveria intervir. “É mais do que tempo de tomar conta da linguagem do deputado Carlos Patrão (BE)”, disse a presidente da câmara dirigindo-se a João Gaspar. O vice-presidente da câmara, Alberto Mesquita reforçou a crítica ao presidente da assembleia. “Só tenho pena que o senhor presidente não lhe tenha cortado a palavra”, adiantou.Antes das críticas dos eleitos da câmara, José Carlos Lilaia, líder da bancada do PS, também tinha lamentado a tolerância exagerada da mesa da assembleia ao permitir o estilo e a linguagem usados pelo deputado do BE. “Deve conduzir os trabalhos com alguma elegância e dignidade”, referiu o deputado municipal do PS. “A mesa tem de tomar mais atenção na condução dos trabalhos. Para a bancada do PS, o período de carência do Bloco de Esquerda acabou”, concluiu.O presidente da assembleia referiu que “não vale a pena empolar a situação” e apelou à serenidade e calma dos deputados. João Gaspar referiu que fez o que sempre foi feito, limitando-se a permitir a discussão sobre documentos apresentados à mesa da assembleia.Depois das intervenções da presidente e vice-presidente da câmara, o líder da assembleia retomou a palavra para vincar que foi molestado por três vezes, mas recusou “transformar a mesa numa comissão de censura, provedoria de boas maneiras ou escola de moral”. João Gaspar responsabilizou os eleitos pelas suas intervenções. “Não empurrem para a mesa aquilo que é a responsabilidade individual de cada deputado”, concluiuCarlos Patrão interveio para dizer que as intervenções dos socialistas e a “ameaça da presidente da câmara” de o obrigar a responder pelo que diz não vão alterar a sua postura. “Não me calarei”, concluiu.

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