O presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira tem razões para reconsiderar a sua continuidade no cargo. João Gaspar voltou a ser atacado pelos seus camaradas do PS e desta vez os ataques vieram dos pesos pesados do partido. Na reunião de 4 de Junho, a presidente Maria da Luz Rosinha, o vice-presidente Alberto Mesquita e o deputado José Carlos Lilaia, líder da bancada do PS na assembleia, não perdoaram na apreciação ao modo como João Gaspar conduziu os trabalhos. Rosinha fez várias correcções e, em determinadas alturas, até chamou a si a orientação da reunião, Mesquita pediu mais rigor na condução da assembleia e Lilaia recomendou “elegância e dignidade”.João Gaspar reagiu com diplomacia e humildade aos três puxões de orelhas, mas recusou transformar a assembleia numa comissão de censura, provedoria de boas maneiras ou escola de formação cívica. Aos 70 anos e farto de lidar com interesses cruzados, João Gaspar saberá ler nas entrelinhas o significado das críticas que pareciam concertadas. A oposição manifestou solidariedade pelo presidente da assembleia que é acusado por alguns camaradas de ser “excessivamente democrata e de dar muito espaço a eleitos sem importância”.