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António Reis 70 anos, reformado, Tomar

“Portugal sempre foi um país de fado e futebol. Não se muda esta herança. Além disso penso que o futebol enche os bolsos a milhares de pessoas. A mística em torno do futebol nunca vai acabar porque é um desporto que, economicamente, interessa a muita gente”

Vive-se bem em Tomar?Sinceramente, isto está um caos. O comércio está a morrer aos poucos e as lojas ditas mais tradicionais estão a fechar porque as pessoas também não têm poder de compra. Lembro-me que, antigamente, viver em Tomar era fabuloso. Era uma cidade viva e próspera, onde dava gosto viver. Depois temos o problema da imprensa local não falar nos problemas reais desta cidade e parecer estar à mercê da vontade de quem está no poder autárquico, dando protagonismo a situações e pessoas que, de todo, não o mereciam. E o que é que mudava na sua cidade?Tanta coisa que nem saberia por onde começar. O trânsito, por exemplo, é algo que deveria ser organizado de forma a desbloquear o condicionamento que todos os dias se verifica e que advém do facto de existir apenas uma única travessia sobre o rio, ligando a zona velha à zona nova da cidade. Na chamada ponte velha, o trânsito automóvel só é permitido num sentido quando poderia muito bem ser nos dois, com excepção para os pesados, claro, uma vez que a via é estreita. Sendo fumador, conseguiu adaptar-se à nova lei do tabaco?Sim. Não fumo num lado, fumo noutro. Com 70 anos já tentei deixar de fumar em duas alturas da minha vida mas não consegui. Isto é um vício danado de largar. Há solução para a crise?Há. Mas, primeiro que tudo, tínhamos que mudar de primeiro-ministro. Sócrates enganou toda a gente quando se candidatou ao lugar. Isto está trinta vezes pior que no tempo de Salazar. O Manuel Alegre é que punha os capitalistas em sentido. Ele sim, era um bom primeiro-ministro para endireitar o nosso país.Concorda com as manifestações de greve?É uma forma de contestação popular e de fazer ver aos governantes que algo está mal e precisa de ser mudado com urgência. O actual Governo conseguiu dar cabo do país. Mesmo a atravessar uma grave crise, os portugueses conseguem vibrar com o Euro…Portugal sempre foi um país de fado e futebol. Não se muda esta herança. Além disso penso que o futebol enche os bolsos a milhares de pessoas. A mística em torno do futebol nunca vai acabar porque é um desporto que, economicamente, interessa a muita gente.Acredita na vitória da Selecção Portuguesa?A bola é redonda. Penso que com a qualidade dos jogadores que integram o plantel e um bocadinho de sorte, que nos faltou no Euro 2004, Portugal tem boas hipóteses de ser campeão europeu.

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