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Na taberna

Conheço inúmeros casos em que o dono ou empregado de um café consegue acalmar os ânimos mais exaltados. Põe termo a uma zaragata, que pode ter consequências dramáticas.A primeira medida é, certamente, tentar separar os contendores. Se tal não se vier viável, o aconselhável é afastá-los do estabelecimento.Depois, impõe-se sempre convocar a presença das autoridades policiais.Em conversa, parece simples.Mas, na prática, imagino que seja complicado para quem está atrás de um balcão e tem de lidar com várias pessoas, por vezes verdadeiramente desavindas e não raramente embriagadas.Aqui há uns bons anos, ocorreu um caso, em Alfange, no concelho de Santarém.Tudo teve início numa taberna, onde vários homens entraram em discussão.À frente da casa, estava uma senhora, que logo lhes pediu que abandonassem o local.A medida revelou-se adequada, pois ela previra que aquilo não iria terminar bem. Acertou em cheio.Rapidamente, o desaguisado passou a vias de facto.O mais violento era um homem que estava completamente ébrio. Tratava-se de um canalizador, que trabalhava na Câmara Municipal. Tinha mulher e filhos. Naquele estado, devia era pensar em ir para casa e curar a bebedeira, em vez de se meter em trabalhos.Mas não. Continuou naquela altercação.As coisas agudizaram-se quando interveio um outro indivíduo, que também não estava sóbrio. Este virou-se para o tal canalizador e deu-lhe um soco na face.Foi o que espoletou tudo.O indivíduo que tinha acabado de levar o murro não esteve com meias medidas. Pegou numa garrafa de cerveja e bateu com ela contra a parede, quebrando-a.Segurando a garrafa pelo gargalo, passou a dispor de uma arma mortal.Agarrou-se ao homem que o atingira na cara e que era um pedreiro, habitual frequentador da taberna.Com a garrafa, fez-lhe um corte no pescoço. Jorrava sangue a potes.Aquilo era para matar.O que valeu foi já ter sido chamada a polícia. A ambulância não demorou mais do que cinco minutos. Prestados os primeiros socorros, a vítima foi sujeita a uma intervenção cirúrgica. Passados quinze dias, teve alta.* Juiz (hjfraguas@hotmail.com)

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