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31 anos do jornal o Mirante

Rui Santos Tereso

38 anos, empresário

Nasceu em Pedrogão, concelho de Torres Novas, a 19 de Janeiro de 1970. Pensou em ser padre mas decidiu-se pelo ensino e tornou-se professor. Depois de dez anos emigrado, actualmente dedica-se de corpo e alma ao Colégio dos Navegantes, que abre em Agosto no Entroncamento.

Queria ser padre mas a vontade de estar em contacto o mundo fez-me mudar de ideias. Herdei o gosto pelo contacto humano da minha mãe que toda a vida trabalhou atrás de um balcão. O ensino atraiu-me porque gosto de ver as pessoas a crescer. No colégio que vou dirigir também vou ensinar. Não me vejo sentado atrás de uma secretária o dia todo. Isso era como ser professor de natação sem saber nadar. Nas alturas de crise é quando nos surgem as ideias. Tirei o curso de línguas e literatutas clássicas. Tenho experiência de todos os níveis de ensino e depois estive a trabalhar fora dez anos. A culpa da minha ida para o estrangeiro foi da Manuela Ferreira Leite, que era na altura ministra das Finanças e ordenou que não se renovasse qualquer contrato a prazo. Sem emprego, fiquei em pânico e pensei em abrir um ATL. Fui para a Roménia com 28 anos trabalhar como leitor de português na universidade. Dois anos mais tarde fui para a Alemanha, onde fui professor e dei aulas de português para estrangeiros. Nunca tive vínculo ao Estado. É nessa altura que sou convidado pela Universidade Alemã para trabalhar com eles. Mas a ideia de abrir um colégio ficou sempre. Comecei a magicar, a sonhar, a pensar no projecto educativo, investi na compra dos terrenos e acabou por dar nisto. A familia não é uma ilha. Precisa do apoio de um conjunto de instituições e de outras pessoas no processo de educação dos seus filhos. A escola não substitui a família mas é um pilar fundamental. Há bons professores em Portugal. Deve-se distinguir o trigo do joio. O problema é que quando queremos apanhar o joio arrancamos o trigo também. O Colégio dos Navegantes é mais uma proposta de um projecto educativo, entre as muitas propostas de educação válidas que existem no nosso país. Tenho muito orgulho nos nossos 900 anos de história. Sou patriota. Escolhi o nome Navegantes para o colégio porque associa o passado com o presente e o futuro. As descobertas e as novas rotas abertas pela internet. Investi no Entroncamento porque é muito cosmopolita. Quando era pequeno ouvia dizer que do Entroncamento eram os patos do Bonito e mais ninguém. Actualmente já existe uma geração que se identifica com o Entroncamento. É uma cidade muito viva porque consegue cumprir o nome dela. Aqui dá-se o encontro não só dos transportes mas também de muitas pessoas de diversas zonas do país. O que não deixa de ser interessante. Não sou um optimista, sou um pessimista bem-informado. Precisei de emigrar para mudar a minha maneira de olhar para o país. Quando sai daqui, na altura do “guterrismo”, era tudo muito fácil. Somos um povo com muito valor e capacidade produtiva mas que precisa de ser motivado e bem liderado. Os portugueses vivem bem a trabalhar com liberdade. Ver video em http://www.omirante.pt/omirantetv/noticia.asp?idgrupo=2&IdEdicao=51&idSeccao=514&id=22607&Action=noticia

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