Distrito de Santarém volta a ter um árbitro na alta roda do futebol nacional
André Gralha foi primeiro classificado na segunda divisão e subiu à primeira categoria
André Furtado Alves Gralha tem 32 anos, nasceu e reside na Atalaia, Vila Nova da Barquinha, é árbitro de futebol e ascendeu pela segunda vez, na sua carreira, ao escalão máximo da arbitragem nacional.
Oriundo de uma família de árbitros, André Gralha começou a actuar com o seu pai no Campeonato do Inatel, quando tinha apenas 15 anos. Na época de 2002/2003 subiu pela primeira vez à primeira categoria nacional, mas não teve muita sorte, e no final da época voltou a descer à segunda categoria. Foi uma forte machadada nas suas aspirações. Não desistiu e quatro anos depois volta à posição de onde nunca devia ter saído. O primeiro lugar alcançado nas observações de campo e nas provas efectuadas ao longo da época dão-lhe o direito de subir ao escalão mais alto da arbitragem portuguesa.A notícia, que já era esperada, surgiu na quinta-feira, dia 18 de Junho, após a reunião do plenário do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol que apurou as classificações dos árbitros dos quadros nacionais referentes à época que agora chegou ao fim, e onde o árbitro ribatejano viu ser ratificada a classificação que o colocava em primeiro lugar.Apenas os quatro primeiros árbitros da segunda divisão garantem o direito de poderem aceder às provas físicas e escritas finais, e André Gralha conquistou esse direito com brilhantismo.André Gralha é um jovem simples, mas alguns percalços que teve ao longo da sua carreira parece estar a torná-lo menos comunicativo e talvez mais predisposto a fazer valer o seu novo estatuto. Daí evitar grandes entrevistas. André Gralha entrou muito jovem na arbitragem, aos15 anos começou a auxiliar o pai também árbitro no Campeonato do Inatel. Aos 17 anos tirou o curso de árbitro promovido pela Associação de Futebol de Santarém, curiosamente leccionado pelo seu tio João Gralha. E não mais parou. Na qualidade de estagiário fez parte da equipa de arbitragem chefiada por António Vitório. No ano seguinte foi convidado pelo Carlos Estriga, com quem fez o último ano como estagiário. Entretanto subiu à segunda categoria distrital e no ano seguinte fez equipa com Paulo Inácio e Francisco Conde.André Gralha tem feito uma carreira com os pés bem assentes na terra e com árbitros que lhe ensinaram muito, não é raro ouvi-lo dizer que aprendeu muito com todos os seu colegas, quer árbitros quer assistentes. Cultiva a amizade com os seus colegas, por isso garante que contou com a ajuda de muitos companheiros de equipa, na sua maioria jovens que o ajudaram e a quem ele também ajudou muito a tornarem-se árbitros de qualidade.Na altura do regresso à elite da arbitragem nacional, André Gralha não esquece alguns problemas que teve pelo caminho, erros que de certo vai tentar não voltar a cometer. Na primeira tentativa de subida à terceira divisão nacional, chumbou no teste escrito, e por isso teve que ficar mais um ano no distrital. Na altura afirmou que “foi um dia mau, que aconteceu por excesso de confiança”. No ano seguinte voltou a fazer provas e subiu à terceira divisão, um salto curto para a segunda que veio logo a seguir. Na época de 2002/2003, foi segundo classificado na segunda divisão e subiu pela primeira vez à elite nacional. Mas no final dessa época aconteceu o segundo dia mau na sua carreira, voltou a descer à segunda divisão. Uma descida que na altura muita gente importante no futebol nacional dizia que tinha sido injusta, André Gralha teve uma época muito regular, mas não lutava com as mesmas forças dos seus companheiros de associações com mais poder, e caiu. Caiu para agora se voltar a levantar. Continuou com a sua postura, agora menos humilde é verdade, mas isso será como que uma defesa, numa época em que a turbulência na arbitragem não deixa muito espaço de manobra aos árbitros. Não esquece as pessoas que o ajudaram no percurso cheio de escolhos, e fala de Carlos Estriga, Gama Henriques, Manuel Faria, Rui Costa, João Damásio, Paulo Inácio, Hélder Pardal, José Pedro Carapinha, Adelino Crespo e muitos outros que foram muito importantes para que chegasse até aqui.André Gralha sente-se agora ainda mais preparado para com humildade, honestidade e personalidade gerir todas as emoções e pressões, garantindo que vai continuar a ser o mesmo André que tem sido até aqui. Calmo, humilde e honesto, apenas um pouco mais maduro e melhor preparado para o que vier a acontecer.Tem consciência, por experiência própria, que é tão difícil entrar na elite como é conseguir manter-se. Por isso garante que vai continuar a trabalhar, se possível ainda mais. Ficar em primeiro lugar foi excelente para a arbitragem do distrito. Mas André Gralha sabe que vai voltar a entrar num grupo restrito de vinte e cinco árbitros que tudo farão para não descer e as dificuldades vão ser muitas, mas André é um homem de fibra que não foge à luta e ao trabalho, se tiver também um pouco de sorte de certeza que não vai desiludir quem confiou nele.Jorge Maia em lugar desubida à segunda divisãoA época conturbada de 2007/2008 na arbitragem nacional, que obrigou a uma maior transparência nas mais altas instâncias, parece ter sido benéfica para o distrito de Santarém, que na generalidade via os seus filiados na hora das decisões serem ultrapassados pelos filiados das associações mais poderosas. Jorge Maia, também um árbitro de boa qualidade, ficou em lugar de subida à segunda divisão e Hugo Silva já carimbou a subida à terceira divisão. Os restantes árbitros mantiveram o seu lugar, com excepção de Rui Soares, que desceu à terceira divisão.
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