Câmara de Torres Novas esconde informação à assembleia municipal
Bloco de Esquerda acusa maioria de “atropelo à democracia e à transparência”
O executivo da Câmara de Torres Novas não respeita nem valoriza a assembleia municipal, escondendo propositadamente informações e decisões tomadas pela maioria socialista, num claro e grave atropelo à democracia e transparência. A acusação parte da concelhia do Bloco de Esquerda (BE) que, numa análise à situação política do concelho, critica ainda o “vazio” em que a câmara se encontra. E nem mesmo o aproximar das eleições autárquicas (2009), “que levará certamente a câmara a acertar calendários para fazer coincidir inaugurações”, chega para justificar a actual situação de descontrolo e desgoverno do executivo, refere o BE.Os exemplos da ausência de informação aos órgãos eleitos (assembleia municipal e freguesias) são muitos. Desde a mudança de atitude relativamente a um empréstimo de 2,6 milhões de euros para saldar dívidas de curto prazo aprovado pela assembleia, do qual o executivo acabou por desistir sem dar qualquer justificação ao órgão fiscalizador, até à paralisação de obras previstas e algumas já iniciadas nas freguesias, sem que sejam dadas explicações aos presidentes de junta, “num total desrespeito pelas populações”.Para os membros do BE, “o projecto político do PS está incapaz de dar resposta aos problemas do concelho”, escudando-se em promessas feitas que ninguém sabe quando serão cumpridas. Como a construção do parque de estacionamento semi-subterrâneo do Almonda, as obras da rotunda da Ribeira Branca (a caminho da A23), a biblioteca municipal, cuja inauguração já foi prometida por diversas vezes mas que continua fechada, as obras na freguesia da Meia-Via. Mencionam ainda o plano municipal do ambiente que teima em não ver a luz do dia e os projectos de construção dos centros educativos, que não entraram na primeira fase de candidaturas ao QREN. Ou a promessa de uma solução para o saneamento básico do concelho com a célere integração na empresa Águas do Ribatejo, projecto do qual se desconhece por completo em que ponto se encontra. “Enquanto isso, continua a despejar-se no rio Almonda uma parte significativa dos esgotos domésticos e a principal ETAR do concelho tem um funcionamento deficiente, com graves consequências até à foz, passando pelo Paul do Boquilobo”.Na conferência de imprensa realizada sexta-feira, Pedro Bargão referiu que a câmara está paralisada, financeiramente asfixiada e com uma equipa já gasta, como gastas estão também as promessas de resolução de várias situações no concelho. “O ano de 2007 já foi de pouca actividade, 2008 vai pelo mesmo caminho. Está tudo à espera do ano de eleições”, disse por seu lado António Gomes. Que considera inadmissível e prova do desnorte e devaneio do executivo a câmara ter passado ao lado das comemorações dos 50 anos das eleições presidenciais (1958) em que participou o general Humberto Delgado, um símbolo do concelho. Ao contrário de outros municípios, como o de Santarém.
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