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Assembleia chumba moção de censura contra executivo camarário de Tomar

Maioria social-democrata não deixou passar proposta da bancada socialista que criticava “o desnorte” do executivo municipal

PS fala em dez anos de oportunidades perdidas e acusa os social-democratas de falta de capacidade para atrair investimento e para desenvolver o concelho.

A Assembleia Municipal de Tomar chumbou a moção de censura ao executivo camarário que a bancada do PS apresentou na última sessão desse órgão, realizada segunda-feira. Para o PS, ao longo dos últimos anos assistiu-se a uma “total falta de capacidade da câmara” (liderada pelo PSD), acusando-a de ser a entidade responsável pela inércia no desenvolvimento económico, no incentivo ao investimento, no apoio ao comércio, na promoção do turismo ou em qualquer outro sector de progresso do concelho. Os socialistas criticam o facto de a autarquia dizer que não tem dinheiro “para as obras verdadeiramente importantes” quando afinal “o esbanja continuamente em obras mal planeadas, fúteis e duvidosas”. Situação que , na opinião dos socialistas, “endividou o município monstruosamente, sendo a verdadeira dimensão dessa dívida pouco clara”.Levada a votação, a moção recolheu 20 votos contra (PSD e do deputado não-inscrito José Serra), 13 a favor (PS e Independentes por Tomar). Os deputados da CDU e Bloco de Esquerda não participaram na votação, abandonando a sala no momento anterior à votação. Bruno Graça (CDU) foi o que mais criticou a moção de censura dos socialistas. Em causa está o novo regime de tempos de intervenção dos deputados municipais que, no novo regime aprovado, lesa essas duas forças políticas. “Se não tenho tempo para intervir, também não tenho tempo para votar”, disse Bruno Graça. Antes da votação, Luís Ferreira, líder parlamentar da bancada socialista, fala em “10 anos de oportunidades perdidas” e justificou a moção apresentada dando um exemplo caricato: “Quando a autarquia apresenta como cabeça de cartaz para a festa da Juventude o José Cid está demonstrado o estado de velhice e desnorte desta câmara”. Deputado do Bloco de Esquerdaabandona assembleiaO deputado do Bloco de Esquerda, Carlos Trincão, apresentou-se na última assembleia municipal disposto a pôr o dedo na ferida. Luís Ferreira (PS) e Miguel Relvas (PSD), presidente da assembleia municipal, foram os principais visados do deputado municipal que não se coibiu de tratar os colegas da bancada pelo nome próprio uma vez que considera “ter perdido totalmente o respeito por eles”. Carlos Trincão reportava-se ao que se passou na última conferência de líderes. Dessa reunião saiu a proposta socialista de alteração ao regimento da assembleia municipal, que dá conta do reajuste dos tempos destinados a cada uma das intervenções dos representantes das diferentes forças políticas. O motivo desta alteração prende-se com o facto da CDU ter retirado confiança política ao deputado José Serra, que votou a favor da carta educativa do concelho. José Serra é considerado, neste momento, como “deputado não inscrito”. Vendo o tempo que estava destinado às suas intervenções reduzido para metade, Carlos Trincão disse nessa reunião que lhe restava passar a utilizar o tempo para declarações de voto para se pronunciar sobre os assuntos expostos. Após ter feito o desabafo, Carlos Trincão referiu que tanto Luís Ferreira como Miguel Relvas exclamaram em uníssono “então temos que mudar isso”, alterando o tempo para as declarações de voto para um máximo de 2 minutos. “Uma autêntica cachopice”, critica Carlos Trincão, que abandonou a assembleia antes da votação. Miguel Relvas e Luís Ferreira optaram por não refutar as acusações. A proposta do novo regimento da assembleia municipal acabou por ser aprovada com os votos favoráveis do PSD e PS.

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