O presidente da Subcomissão Parlamentar de Agricultura e Florestas realçou terça-feira a capacidade que o concelho de Mação teve de transformar a sua floresta ardida numa oportunidade de desenvolvimento económico, ambiental, social e de coesão territorial. Miguel Ginestal chefiou a delegação que visitou várias estruturas no Distrito de Santarém, no âmbito do plano de actividades da subcomissão da defesa da floresta contra incêndios. O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Florestas, Ascenso Simões, participou também na visita ao concelho de Mação."Quisemos ver no terreno as boas práticas para reflorestação de um concelho que ardeu na totalidade em vários anos", disse Miguel Ginestal, frisando que, só no Verão de 2003, arderam 22.000 hectares de floresta, metade da área do município. Esta visita disse, foi ainda o "saldar de uma dívida" para com a autarquia e as populações, prometida há dois anos "na sequência da tragédia de 2003".Miguel Ginestal salientou a opção da autarquia social-democrata, que deu prioridade à floresta como factor de desenvolvimento local, entendendo-a nas suas várias vertentes (ambiental, social, de coesão do território e também económica) e como forma de combater a desertificação. O deputado referiu a associação de actividades de agro-pastorícia, essenciais para a ocupação do território, como fontes de rendimento alternativas e para criar faixas de contenção dos incêndios."Esta estratégia, que se insere nas prioridades definidas pelo Governo para os próximos anos, pode ser entendida como um modelo a seguir, atendendo às especificidades da realidade de cada concelho, que tem de saber transformar um passivo (a floresta ardida) num activo. Mação provou que é possível ser feito", disse.Por outro lado, o Concelho foi percursor na instalação das Zonas de Intervenção Florestal, sendo "a demonstração viva de que a gestão integrada de pequenas parcelas com vários proprietários é possível".