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Ricardo Silva

Ricardo Silva

25 anos, Gestor, Póvoa Santa Iria

“Temos apenas 10 por cento da população com formação superior. Uma pessoa com pouca formação não consegue desenvolver trabalhos especializados, logo, sobrevive de empregos precários e de baixo rendimento. Exemplos da agricultura em pequenas quantidades, serventes, pedreiros, trabalhos sazonais e outros”.

Como classifica o tecido empresarial da região?No geral é caracterizado por gestores orientados para a produção, financeiramente adversos ao risco e hierárquicos no seu estilo de gestão. Temos sobretudo indústrias fragmentadas, com empresas concentradas em estratégias de baixo custo e produtos “standarizados”. Recebemos baixos salários?Sim e isso deve-se essencialmente à pouca especialização e formação dos trabalhadores porque temos apenas 10 por cento da população com formação superior. Uma pessoa com pouca formação não consegue desenvolver trabalhos especializados, logo, sobrevive de empregos precários e de baixo rendimento. Exemplos da agricultura em pequenas quantidades, serventes, pedreiros, trabalhos sazonais e outros. Acredita que haverá Segurança Social quando for pensionista?Não. Porque a população portuguesa está cada vez mais envelhecida e a emagrecer os jovens em situação activa na sociedade. Acho que estamos numa situação que poderá apresentar resultados negativos para o futuro, nomeadamente não existindo compensações na altura da nossa reforma. Vivemos acima do que podemos?Infelizmente sim e podemos verificar o que aconteceu quando a banca facilitou o crédito: muitas pessoas com baixos rendimentos e empregos instáveis adquiriram tudo o que queriam de forma fácil, muitas vezes influenciados pelo marketing agressivo a que somos confrontados a todo o minuto. Se pudesse dar umas lições de gestão a Sócrates o que faria?Na minha opinião ele tem feito um excelente trabalho mas dir-lhe-ia para apostar nas ajudas claras e bem definidas para os jovens empresários, colocando pessoas no terreno a ajudar a apoiar os primeiros anos de desenvolvimento da empresa. Por outro lado apelaria também ao desenvolvimento mais rápido das energias renováveis e a uma lei que obrigasse a incluir o biodisel nos combustíveis. O que faria se encontrasse uma jazida de petróleo?(Risos) Isso é que era sorte! Gostava de apoiar o nosso país e mostrar que afinal o preço do petróleo não é mais do que um fenómeno especulativo movido por um conjunto de interesses. E onde iria nestas férias?Finlândia. Porque é um país com grande desenvolvimento sustentável. Devia ser o grande exemplo para Portugal. Enquanto por cá se investiu em cimento eles apostaram na formação e agora têm os resultados positivos. Gostaria de aprender um pouco mais com a cultura desse país.
Ricardo Silva

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