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Fulgurante Manuel Serra d’Aire

A notícia da semana é, sem dúvida alguma, o anúncio da criação de um centro de produção de cobaias em Azambuja. Ao que se diz, os simpáticos animais vão servir a investigação científica a nível nacional e internacional, não se especificando se essas investigações incluem a culinária. Sempre achei que aqueles bichinhos simpáticos devem dar um bom petisco. E é mais nobre morrer estufado num tacho, sepultado num refogado à maneira, do que viver numa gaiola submetido às mais inomináveis sevícias protagonizadas por tipos com cabelos em pé e óculos com lentes tipo fundo de garrafa. De qualquer forma suspeito que as pobres cobaias vão ter mais ou menos papel nas mãos dos investigadores que o dinheiro dos contribuintes tem nas mãos dos políticos que nos governam. Porque o que os nossos governantes fazem não é mais do que brincar às experiências com o nosso dinheiro. Uma das últimas é o TGV. Mas podia também falar dos três hospitais no Médio Tejo, dos estádios do Euro 2004 e por aí fora, que já não tenho memória para tanta argolada feita pelos experimentalistas que nos têm governado. Do que me recordo bem é das formas das muitas sereias com que me fui deparando neste Verão. A crise é tanta que já chegou aos biquinis das meninas e matronas. Estão mais ao menos ao nível das contas bancárias da União de Santarém ou do Vilafranquense: mal se vêem. Outro sintoma da crise são os corpos torneados, alguns a atirar para o escanzelado, indiciadores da carestia que vai nas despensas das casas de muito boa gente. Já não se vêem baleias como antigamente, porque alimentar cetáceos custa os olhos da cara. À falta de altas temperaturas neste Agosto da treta, valeu a febre das geminações e cooperações que atingiu os nossos autarcas. O presidente de Torres Novas foi para Timor ajudar a implantar o poder local (é verdade, não estou a gozar!) e nem sei se já regressou. Do que tenho a certeza é que daqui a uns anos não vão faltar rotundas naquele pobre território. Vai uma aposta?Entretanto o governador civil de Santarém prossegue o estreitamento de laços com a Indonésia. Abrantes também está virada para os confins do globo, neste caso para o Japão. E o Cartaxo quer apostar na cooperação com cidades de países africanos de língua portuguesa. As intenções até são boas e eu aguardo com expectativa a minha vez de participar numa dessas comitivas oficiais que volta e meia vai passear até um desses destinos geminados. Porque já são tantos os gémeos e tantas as visitas que a boa-vai-ela há-de chegar para todos.Santos da casa não fazem milagres. Já dizia a minha avó e o tempo não cessa de lhe dar razão. A PJ anda a investigar a origem dos fogos que ultimamente têm ocorrido em Santarém e não se ouve um comentário, um pequeno aparte, uma mera frase que seja por parte do presidente da câmara, comentador por excelência dos mais variados assuntos. A situação chega ao cúmulo de ser o seu vice-presidente a opinar sobre a origem dos fogos, como se fosse um comentador encartado que o país inteiro consagrou. Achas que pode haver aqui sinais de usurpação de funções e motivo suficiente para (mais uma) uma querela política entre Moita Flores e Ramiro Matos? Um bacalhau na brasa do Serafim das Neves

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