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O pelourinho de Alhandra e a estátua de Sousa Martins

Se a população de Alhandra rejeita a remoção da estátua de Sousa Martins da Praça 7 de Março - data evocativa do nascimento do médico, que, acaso, também é a data de nascimento de outro alhandrense ilustre, Baptista Pereira; o que lhe atribui uma dupla conotação, - é porque se revê na sua imagem e deseja vê-lo no centro nevrálgico da vila. Aquela praça foi o primeiro sítio do pelourinho, mas foi também o primeiro sítio eleito pelos alhandrenses para erguer homenagem afecta e bem visível ao seu conterrâneo mais devotado, após o pelourinho já lá não estar. E foi posta pelos coevos do médico, pelos que o conheceram.A população e a junta de freguesia ainda não chegaram a consenso porque o assunto é melindroso e nunca foi debatido em conjunto - apenas há a vontade autárquica alheia aos outros. Se há várias soluções hipotéticas e válidas para resolver o assunto, devem ser ponderadas colectivamente.Não obstante, eu prefiro passar na praça 7 de Março e cumprimentar a figura do grande humanista. O pelourinho, face à nova conjuntura, pode ser utilizado para requalificar outro espaço público. Nenhum pelourinho elevou tanto Alhandra quanto Sousa Martins, que ainda hoje, morto, faz mais pela terra que muitos vivos oportunistas. Rui Perdigão

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