Jorge Faria
41 anos, professor
Nasceu a 11 de Janeiro de 1957 em Ourém mas foi cedo para o Entroncamento, que é a sua cidade de referência. Iniciou a vida profissional na área empresarial mas mais tarde optou pela vida académica e é, desde Julho de 2006, director da Escola Superior de Gestão de Santarém.
Quando se é pequeno sonha-se que se quer ser bombeiro, toureiro ou polícia. Eu gostava de ser toureiro. Mas tenho impressão de ter assistido, em toda a minha vida, a uma única tourada. Posso dizer que acabei o 7.º ano no dia 25 de Abril de 1974 na medida que todo o processo educativo foi suspenso. Era suposto entrar para a universidade nesse ano, mas todas encerraram portas. Entrei em 1975 no curso de Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade Técnica de Lisboa. Sempre gostei desta área. Nesses tempos, em Lisboa, tínhamos uma vivência muito intensa das questões sociais e políticas. Era tudo uma novidade para nós. Depois de me ter licenciado continuei por Lisboa uma vez que me encontrava a trabalhar, desde 1 de Fevereiro de 1979, na antiga Rodoviária Nacional, na Fontes Pereira de Melo. Desempenhava a função de calculador, na área do Planeamento. Recordo que participei na fase inicial de um projecto muito interessante com vista à optimização dos horários das viaturas e motoristas que hoje está activo nas empresas de transportes. Regressei ao Entroncamento em 1985, onde actualmente vivo. Apesar de ter nascido numa aldeia perto de Ourém, é a minha terra de referência uma vez que fui para lá com apenas 5 anos. Para mim o Entroncamento é uma cidade de oportunidades perdidas. Na minha juventude era raro um miúdo que não fosse familiar de um ferroviário. Sou filho de um ferroviário. Lembro-me de ter feito viagens de comboio com amigos pelo país todo uma vez que tínhamos a possibilidade de viajar quase gratuitamente. Tenho pena que esta ligação umbilical se tivesse perdido, embora hoje, com a inauguração do Museu Ferroviário, se tenham dado passos no sentido de restabelecer essa intensidade de ligação. A minha vida profissional iniciou-se nas empresas mas já me encontrava ligado à vida académica uma vez que dava aulas no secundário. Desempenhei funções de Chefe de Divisão de Recursos Humanos na Rodoviária de Torres Novas e dei aulas na Escola Secundária do Entroncamento. Mais tarde trabalhei, durante um ano e meio, na equipa da Portugal Telecom, como chefe de Recursos Humanos e Aprovisionamento, em Santarém, mas achei que era uma empresa muito burocratizada e pouco dinâmica em termos de gestão. Foi nessa altura, em 1988, que comecei a dar aulas no ensino superior, na Escola Superior de Gestão. Achava que tinha interesse em desenvolver uma actividade académica. Mas não me via a exercer esta actividade no ensino secundário. Contactei esta escola que, na altura, tinha falta de professores. Foi assim que comecei, em part-time, acumulando funções como director de Recursos Humanos da Renova. No final de 1992 fiz o mestrado e decidi optar exclusivamente pela vida académica. A docência é interessante, sobretudo porque pode ser acompanhada por um conjunto de actividades ligado à investigação. Digo sempre aos meus alunos que quando se acaba o curso não se fica detentor do saber. Elsa Ribeiro Gonçalves
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