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Duas gerações de toureiros testam bravura na ganadaria Oliveira Irmãos

Mário Coelho e Afonso Galã mostram que quem sabe nunca esquece

Num lote de nove novilhas tentadas, apenas uma foi escolhida para reprodução. A conceituada ganadaria de Samora Correia, Benavente, quer continuar a produzir toiros de qualidade para proporcionar êxito aos toureiros.

Os maestros Mário Coelho e Afonso Galã deram uma lição de toureio e mostraram a sapiência adquirida ao longo de dezenas de anos numa tenta realizada no domingo de manhã na Herdade da Baracha, propriedade da casa Oliveira Irmãos, em Samora Correia. Os dois mestres da arte de bem tourear mostraram que “velhos são os trapos” e deliciaram os novos toureiros com a sua arte.Com a preciosa intervenção do picador Luís Santos, campino da Herdade da Adema, testaram a bravura de um lote de nove novilhas seleccionadas pelos responsáveis pela ganadaria Oliveiras Irmãos. A décima vaca escolhida morreu na véspera depois de ter sido colhida por uma cabresteira, explica José Carlos Inácio, o maioral da casa que conhece as novilhas como a palma das suas mãos. A tenta é uma oportunidade para jovens toureiros exercitarem a sua arte, aperfeiçoando cada passe de capote ou muleta à medida que vão observando a reacção das novilhas aos estímulos provocados. O novilheiro João Augusto Moura, sobrinho do cavaleiro João Moura, e o novilheiro André Rocha deixaram bons lances e aproveitaram as sugestões dos mestres que foram seguindo atentamente todas as movimentações das reses e dos toureiros.“Encurta a investida”; “Mostra-te mais à novilha”, “Deixa-a a pensar um bocadinho”, algumas das expressões usadas por Mário Coelho no acompanhamento da lide de João Augusto Moura. O jovem alentejano agradeceu os ensinamentos do mestre com a humildade de quem ambiciona ser figura. De Espanha veio António José Paon, mais um jovem que almeja seguir os passos do mestre Afonso Galã. Nas bancadas duas dezenas de convidados seguem as faenas e comentam a bravura das reses. “Esta está muito magrinha”, lamenta um rapaz com cerca de 10 anos que confessa o sonho de ser toureiro. “Gosto de espetar as bandarilhas”, adianta o pequeno André numa conversa com um amigo da sua idade.Na arena está agora o bandarilheiro Jorge Luís que também sonhou ser figura quando era menino. Não conseguiu alcançar o topo, mas está ligado à festa há mais de 25 anos e é bandarilheiro de confiança de várias figuras. “Atingir o nível do Mário Coelho e do Afonso Galã não é fácil. Foi muito duro para eles”, comenta uma aficionada e admiradora dos dois maestros. Entre os convidados há toureiros, ganadeiros, jornalistas, críticos tauromáquicos e amigos dos anfitriões. Têm em comum o gosto pela festa brava.Na tribuna, os ganaderos João Carlos Oliveira e Eduardo Oliveira (que não toureou porque estava lesionado) anotam as características de cada uma das nove novilhas. São eles que tomam a decisão da escolha das reses apuradas para a reprodução. Desta vez foram escolhidas duas mas só uma das eleitas vai ser aproveitada para o objectivo de produzir toiros com bravura e apresentação que possam assegurar o prestígio de uma ganadaria centenária que somou êxitos nas principais arenas de todo o mundo e possibilitou a “grandes figuras” tardes de triunfo e emoção.

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