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A paixão pelo folclore não escolhe idades nem extractos sociais

Advogados, gestores e psicólogos ajudam a alimentar a tradição da ruralidade ribatejana

Quem dança por gosto não cansa e isso basta para conciliar a absorvente actividade profissional com o folclore.

O que têm em comum advogados, psicólogos, professores, médicos, economistas ou bancários? À primeira vista nada. São profissões modernas e liberais como tantas outras. Mas O MIRANTE foi encontrar um ponto em comum em profissionais dessas áreas: todos pertencem a ranchos folclóricos da região. Entraram no rancho por curiosidade ou por influência de amigos e familiares. A maioria pertence ao rancho há vários anos e, apesar de nem sempre ser fácil, tentam conciliar da melhor forma possível a vida familiar, profissional e este passatempo que para muitos é uma grande paixão. São jovens urbanos que alimentam a tradição da ruralidade ribatejana.É o caso de Helena Duarte, 33 anos, advogada. Pertence há 16 anos ao Grupo Académico de Danças Ribatejanas, rancho fundado por Celestino Graça em Santarém. Começou por brincadeira mas depressa encarou a actividade com bastante seriedade. É com grande orgulho que representa o rancho de Santarém onde, confessa, fez muitos amigos.Helena Duarte considera que nem sempre é fácil conciliar os ensaios e actuações do rancho com a actividade profissional. Devido a mais uma edição do Festival Internacional Celestino Graça, que decorre anualmente no início de Setembro, em Santarém, a jovem advogada andou numa roda-viva para conciliar ambas as actividades. “Durante os dias em que decorre o Festival ando de um lado para o outro entre o escritório e o festival. Nem sempre é fácil conciliar as coisas mas quando gostamos daquilo que fazemos esforçamo-nos e arranjamos sempre tempo e vontade. É uma questão de colocar o rancho como uma das minhas prioridades”, refere.Também para Ana Carla Narciso, 27 anos, o rancho foi amor à primeira vista. Entrou no rancho folclórico de Vale Paraíso (Azambuja) quando tinha 13 anos pela mão do primo, Domingos Pereira, e nunca mais abandonou o grupo. Licenciada em Psicologia, Ana Carla Narciso trabalha na área de recursos humanos. Uma profissão que absorve muito do seu tempo. Garante que não é nada fácil conciliar a profissão com o rancho mas, como disse a O MIRANTE, quem corre por gosto não cansa. E é isso que Ana Narciso faz todos os dias.“Muitas vezes temos que abdicar das saídas com os amigos e das idas à praia uma vez que a maioria das actuações do grupo é no Verão. Mas vale a pena o esforço. Tenho grandes amigos no meu rancho e são a minha segunda família”, afirma. Ana Carla Narciso vai estar afastada dos palcos no próximo ano porque vai ser mãe mas garante que vai continuar a acompanhar o grupo nas suas actuações. E assim que puder vai voltar a dançar. O bichinho não morreu.A herdeira de Celestino GraçaQuase se pode dizer que Cristina Graça Rodrigues já nasceu a dançar. Iniciou-se no Grupo Académico de Danças Ribatejanas pela mão do seu avô, Celestino Graça, fundador do grupo e do festival de folclore com o seu nome. Tinha apenas dois anos e meio.Aos 36 anos continua apaixonada pelas danças tradicionais ribatejanas e empenhada em trabalhar em prol de uma missão começada pelo avô. Cristina Rodrigues é directora de um departamento da Segurança Social em Lisboa e faz por não faltar a nenhum ensaio do grupo.“É preciso algum jogo de cintura para conciliar a vida profissional com a família e o rancho que nos absorve muito tempo, mas consegue-se. Existe um ditado que diz que “Homem ocupado arranja sempre mais um bocado”. Penso que este provérbio aplica-se também a esta situação. Quando gostamos as coisas tornam-se mais fáceis de conciliar”, garante Cristina Graça Rodrigues.Joana Faustino tem 21 anos e entrou no rancho há cerca de sete anos. Veio com os amigos mas rapidamente se apaixonou pela dança. A jovem estudante de Medicina garante não ser fácil conciliar os estudos com o passatempo, mas a paixão pela dança tradicional ribatejana é capaz de superar qualquer dificuldade. “Quando gostamos é fácil arranjar tempo para as coisas. Espero vir a exercer Medicina e continuar a dançar do rancho”, refere.

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