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Azinhaga brilha com “Sol das Lezírias”

Azinhaga brilha com “Sol das Lezírias”

Peça do grupo cénico Casa da Comédia da Azinhaga tem-se relevado um enorme sucesso
Já não há bilhetes para assistir à peça “Sol das Lezírias”, de Augusto do Souto Barreiros, que o grupo cénico Casa da Comédia da Azinhaga leva novamente à cena sexta-feira e sábado, 19 e 20 de Setembro, na antiga sala da Santa Casa da Misericórdia de Azinhaga, pelas 21h30. E a corrida aos bilhetes também já começou para quem quiser assistir aos espectáculos de 3 e 4 de Outubro. Cerca de trezentos bilhetes esgotaram em apenas uma hora, em filas que se fizeram à porta da Junta de Freguesia da Azinhaga. Levado à cena pelo grupo cénico Casa da Comédia da Azinhaga, constituído por cerca de duas dezenas de actores amadores, entre os 17 e 76 anos, todos habitantes da Azinhaga e com profissões distintas, o espectáculo Sol das Lezírias é uma recriação de um êxito teatral do escritor Souto Barreiros, que há 60 anos agitou a aldeia pelas melhores razões permanecendo na memória colectiva da localidade. “As pessoas ainda vivas que participaram no antigo Sol das Lezírias e viram este espectáculo há sessenta anos foram as primeiras a darem-nos os parabéns e a dizer que foi a coisa mais linda que já se fez na Azinhaga”. Quem o diz é Vítor Guia, presidente da Junta de Freguesia da Azinhaga. Foi ele o responsável pelo “renascer do Sol das Lezírias” quando, há cerca de dois anos, se deslocou “a medo” de propósito a Lisboa para falar com o autor da obra, afim de lhe pedir permissão para que a peça, de que tanto ouviu a mãe falar, voltasse a ser reposta. Consentimento dado falou com um elemento do grupo cénico Casa da Comédia, que se encontrava inactivo, afim de propor que o mesmo se reactivasse com a encenação desta peça. Depois de três meses de ensaios diários o grupo apresentou três sessões em Julho e a sala da Santa Casa da Misericórdia de Azinhaga, com lotação para 150 pessoas, esgotou das três vezes. A voz de Ana Luísa Mota, que representa Maria a personagem principal (indecisa entre o pretendente rico e o pobre), impressiona quem a escuta. “Sempre gostei de cantar e estudei no Conservatório durante muitos anos mas nunca pensei em fazer isto profissionalmente. Agora proporcionou-se participar neste espectáculo e aqui estou”, disse a O MIRANTE, acrescentando que “esta peça é muito interessante porque é muito cantada”. Também para Natália Catarino e Maria José Mota, dois dos elementos mais antigos do grupo, é gratificante fazer parte de um projecto de teatro amador “onde existe um ambiente de amizade” e os ensaios servem para descomprimir do dia-a-dia.Nos dias de espectáculo, e quando vêem a sala cheia, há algum nervoso miudinho nos bastidores. As reacções são diversas e até já houve a quem o estômago não resistisse perante tamanha emoção, mas o entusiamo toca a todos. “Sentimos que o trabalho que fazemos para a comunidade é importante e o público manifesta-se muito durante o espectáculo… batem palmas, fazem comentários… e, no final, vêm-nos dar os parabéns”, atesta Maria José Mota assumindo que “foi um risco” levar novamente à cena um sucesso de há seis décadas. “Para algumas pessoas é o reviver dessa peça e as outras nunca viram o espectáculo mas toda a vida ouviram falar dele. Por isso receávamos que fizessem comparações e ficássemos mal vistos mas parece que não…”, gracejou. O êxito do “Sol das Lezírias”, peça com uma grande componente de música e dança, levou o grupo a decidir fazer mais quatro actuações. Mas prometem não ficar por aqui. “Enquanto houver pelo menos uma pessoa que queira ver este espectáculo vamos continuar”, apontam em uníssono, não ficando fora dos planos do grupo uma digressão pelas localidades mais próximas.Desfile nas ruas anuncia espectáculoDa autoria de Augusto Souto Barreiros, música de José dos Reis e com encenação e cenografia de João Coutinho, o espectáculo “Sol das Lezírias” retrata uma história de amor e conta com as interpretações de Sérgio Pedro (Zé), Ana Mota (Maria), José Simões (Maioral André), António Dinis (Luiz Mata), Emília Francisco (Tia Ana), Maria José Mota (Esmeralda), José Rufino (Padre João), Natália Catarino (Lena), Carlos Costa (Amaral), Luís Narciso (Fernandes) e ainda de Diogo Rufino, Olga Nunes, José Gardão, Joaquim do Vale, Anabela Costa, Carlos Ferreira, Álvaro Galrinho, António Santos. Tem música ao vivo de Carlos Petisca e António Rufino e conta com a colaboração gráfica e imagem de Filipe Guia. Antes dos espectáculos haverá um desfile trajado nas ruas da Azinhaga, onde se fará a recepção ao público por um elenco de mais de duas dezenas de pessoas que dão corpo a este projecto. Como curiosidade, refira-se que lançado, pela Casa da Comédia, um livro e um Cd com as músicas deste espectáculo.
Azinhaga brilha com “Sol das Lezírias”

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