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Embolador inventa bandarilha inócua para os forcados

Embolador inventa bandarilha inócua para os forcados

António Estorninho aproveita Mostra de Gastronomia da Golegã para divulgar artefacto

A diferença entre este modelo e o existente é que a parte que fica pendurada no toiro deixa de ser madeira para ser nylon, diminuindo o perigo de ferimentos com as lascas.

António Carlos Estorninho, 50 anos, deu nas vistas durante a inauguração da 10ª Mostra de Gastronomia Ribatejana, que se realizou em simultâneo com o 2.º Salão do Vinho, do Vinagre e do Azeite do Ribatejo, na vila da Golegã, entre 11 e 14 de Setembro. Embolador de profissão, mostrou à comitiva de honra do certame a invenção de que se orgulha: uma bandarilha de ferro comprido de segurança com quebra automática e que foi fabricado com a finalidade de acabar com os acidentes ocorridos com os forcados, devido à madeira das bandarilhas. A invenção remonta a 2004. “Fi-lo, sobretudo, a pensar na protecção dos forcados", atestou enquanto exemplificava cravejando a bandarilha no chão. O embolador critica que, actualmente, os ferros compridos que os cavaleiros espetam nos animais deixem uma sobra em madeira com cerca de 30 centímetros, que amiúde fere com gravidade os forcados, durante as pegas. “Com esta bandarilha isto não acontece e ninguém nota, nas bancadas, a diferença em relação às que habitualmente são usadas”, garante. “A separação das partes da bandarilha, aquando da cravagem do ferro, é feita pela quebra automática. Com este mecanismo deixa de existir a necessidade de se partir a madeira da bandarilha para haver a separação”, explicou a O MIRANTE, acrescentando que se lembrou de inventar esta peça na sequência de um acidente que atingiu um forcado seu amigo.Segundo António Estorninho, a diferença entre este modelo e o existente é que a parte que fica pendurada no dorso do toiro deixa de ser madeira para ser nylon, deixando assim de existir o perigo das lascas, diminuindo o perigo de acidente. “Isto pode evitar muitos ferimentos nas faces dos forcados”, acredita, referindo que a patente já foi registada, em Dezembro de 2005, e a ideia apresentada à Inspecção-geral de actividades Culturais (IGAC). O autor da invenção lamenta no entanto, que esta instituição esteja a levantar tantos problemas aos testes com as suas bandarilhas. Primeiro, mandaram-no arranjar uma tourada onde os cavaleiros estivessem dispostos a testar os ferros e assim o fez. Mas a IGAC não aceitou o teste, argumentando que o teste tinha que ser feito por cavaleiros profissionais. “Estão a descartar-se… é o que eu acho”, lamenta.Para o presidente da Câmara da Golegã, José Veiga Maltez (PS), a invenção de António Carlos Estorninho é interessante e merece todo o seu apoio. “Não só como autarca, mas acima de tudo como médico, acho que poderia vir a evitar muitos acidentes que acontecem com os forcados, nomeadamente na face”, opinou o autarca a O MIRANTE, elogiando a invenção do seu conterrâneo.
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