A aventura de ocupar crianças ao fim de semana numa cidade às portas de Lisboa
Em Alverca ir ao jardim, ao museu ou passear no parque são alternativas para as famílias
Ir ao jardim, ao museu e até a um espaço infantil de um hipermercado são alternativas para ocupar os filhos ao fim de semana.
Durante a semana as crianças mantêm-se ocupadas entre infantários, escolas e actividades extra-curriculares enquanto os pais se lançam ao trabalho. Chega o fim-de-semana e a questão levanta-se para a maioria dos progenitores: como manter os filhos ocupados? Opções culturais não faltam. São cada vez mais as instituições, como museus ou bibliotecas, a facultar ofertas muitas vezes de forma gratuita. O MIRANTE passou uma tarde de domingo em Alverca do Ribatejo e descobriu uma cidade, que apesar de não ter sala de cinema, oferece um programa alternativo a quem não quer manter os filhos fechados em casa em frente ao ecrã da televisão.É meio-dia e um dos centros comerciais da cidade está cheio. São vários os casais que aproveitam a manhã de domingo para fazer compras. No espaço Rick&Rock, que não excede os 11 metros quadrados, meninos e meninas estão entretidos a ler, jogar xadrez, brincar ou simplesmente a participar nas actividades que os monitores lhes propõem. É o caso de Tiago Melo, três anos. Enquanto os pais estão nas compras o menino prepara-lhes um desenho. Já a irmã Cátia, de 12 anos, prefere acompanhar os pais na visita ao supermercado. “Ele gosta de ficar aqui. Mas eu ou a mãe nunca ficamos muito tempo sem o vigiar. Damos sempre um saltinho para ver se ele está bem”, conta o pai, Paulo Melo. Quando o Tiago passa o domingo em casa ocupa-se com os DVD’s e os carrinhos. “Privilegiamos muito as viagens, mas face aos juros, que estão sempre a crescer, começa a tornar-se difícil uma família inteira ir passear para longe. Temos de fazer esforços para que isso seja possível de vez em quando”, conta Paulo Melo, enquanto Tiago faz birra porque não quer sair do espaço.Já depois do almoço, em pleno coração da cidade, no Núcleo Museológico de Alverca são várias as famílias que assistem em conjunto ao espectáculo de Inocêncio Casquinha, um animador cultural de Arcena, que fabrica e toca instrumentos tradicionais e totalmente concebidos com materiais reaproveitados. Violas braguesas, cavaquinhos, harmónicas, banjos, ocarinas, flautas, castanholas e gaitas-de-foles, entre muitos outros, fazem as delícias dos mais novos que enquanto vão ouvindo as músicas aprendem, pelos dizeres de Inocêncio Casquinha, a história dos instrumentos. Depois da demonstração musical participam numa oficina educativa onde cada criança produz o seu próprio instrumento. Ricardo Rodrigues, sete anos, fabricou uma cana-verde, também conhecida por “kazoo”. No final da iniciativa, tanto Ricardo como o irmão Pedro, 13 anos, estão satisfeitos. “Conheci alguns instrumentos que não conhecia e aprendi a tocar cana-verde”, conta Ricardo. Quanto aos pais, Carlos e Paula Rodrigues, dizem que não prescindem deste tipo de iniciativas. “Nem sempre nos é possível ir ao museu. Mas tentamos transmitir aos nossos filhos que os museus são lugares onde se aprende imenso e eles gostam muito. Não é nada aborrecido”, explica-nos o pai. Esta acção integra-se no âmbito da iniciativa “Famílias no Museu”, que a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, através do Museu Municipal, promoveu ao longo do Verão, com o objectivo de abrir as portas do museu e do conhecimento a todas as famílias.O final da tarde aproxima-se e O MIRANTE encontra Paula Dinis e João Gomes a passear com a filha Leonor, de 2 anos. O jardim municipal da cidade é uma alternativa recorrente para as tardes de domingo. Quando a meteorologia o permite. “A Leonor gosta muito de passear, de andar de baloiço, de ver o lago e como há sempre muitas crianças no parque aproveita sempre para fazer amigos”, conta a mãe, que reconhece que as actividades domingueiras ao ar livre são as preferidas da família. Quando a chuva dá o ar da sua graça os pais aproveitam para descansar e a filha fica a ver os desenhos animados preferidos. O dia chega ao fim e feitas todas as contas o custo de todas estas actividades foi de zero euros.
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