Em tempo de crise há que arregaçar as mangas e unir esforços
Discursos na cerimónia de entrega do Galardão Empresa do Ano contra o conformismo e a resignação
A região do Vale do Tejo tem um potencial endógeno que permite encarar o futuro com optimismo, realçaram os vários oradores.
Em tempo de crise financeira à escala global, a entrega do Galardão Empresa do Ano serviu como incentivo adicional para o tecido empresarial regional. Na cerimónia de sexta-feira em Torres Novas os discursos foram unânimes quanto ao potencial da nossa região e à necessidade de conjugar esforços. O governador civil de Santarém deixou um recado claro à plateia, onde se encontravam muitos agentes económicos e políticos do distrito: a hora é de arregaçar as mangas. “Este é o momento para podermos escolher um de dois caminhos: ou ficamos absolutamente resignados e nos convencemos que o mundo vai acabar amanhã, ou transformamos este problema numa oportunidade e conseguimos encontrar a pujança necessária dentro de nós para desenvolver os projectos que noutro tempo de maior desenvolvimento e expansão não conseguimos concretizar”, disse Paulo Fonseca.O governador civil de Santarém está mesmo convencido que esta será a região do país que mais irá crescer nos próximos 20 anos, fruto de diversos projectos estruturantes que estão previstos, desde o novo aeroporto ao TGV passando por novas vias de comunicação e a criação de parques de negócios. Mas, advertiu, o crescimento e o desenvolvimento passam muito pela dinâmica do tecido empresarial e da comunidade académica, personificada nos institutos politécnicos de Santarém e Tomar. “Saibamos ser uma família, saibamos ser uma região”, afirmou apelando à galvanização e coesão entre os diversos agentes sociais e económicos. “Não deixemos cair os braços. Tenhamos capacidade de ir mais longe”, exortou Paulo Fonseca.Também o director geral de O MIRANTE apelou à união. “Vivemos na região mais rica do país, estamos a dezenas de quilómetros de Lisboa, temos uma centralidade invejável, um vasto território cheio de pessoas e de condições para prosperar e se não nos unirmos e formos um pouco melhores do que temos sido como empresários, políticos ou sociedade civil, bem podemos editar jornais, fomentar o associativismo ou entregar prémios que nem assim passaremos da cepa torta”, afirmou Joaquim António Emídio.“Temos muitas razões para acreditar no tecido económico da região de Santarém e do Vale do Tejo, ou do Ribatejo como eu mais gosto de dizer”, continuou Joaquim Emídio, acrescentando que mais do que empresários falta massa crítica na região. “Mas a culpa não é dos empresários. Temos obrigação de estar atentos mas não podemos ser pau para toda a obra”, declarou o director geral de O MIRANTE apontando o dedo ao poder político que nos governa desde há trinta e muitos anos.Salomé Rafael, vice-presidente da Nersant, também realçou as potencialidades da região: “Mesmo com a actual conjuntura económica internacional e nacional acreditamos que o tecido empresarial do distrito de Santarém tem motivos para estar confiante. Um estudo recentemente apresentado pela Nersant sobre a evolução da estrutura empresarial da região, nos últimos cinco anos, revela que a actividade empresarial está em crescimento. Mesmo com os atrasos na atribuição de alguns incentivos, de algumas decisões no âmbito do QREN, esta região conseguiu com o esforço de todos os empresários e de todos criar uma nova dinâmica empresarial”. A responsável da Nersant sublinhou a importância que uma iniciativa como o Galardão Empresa do Ano tem num contexto como o actual, apostando no enaltecimento dos bons exemplos e fomentando o optimismo Durante o seu discurso, Joaquim António Emídio justificou a parceria com a Nersant de que nasceu o Galardão Empresa do Ano, já na oitava edição, “com o facto de a Nersant ser a única instituição do distrito que em plano de igualdade com O MIRANTE consegue fazer a ligação entre toda a região sem que, pelo meio, existam essas fronteiras mesquinhas que dão origem aos bairrismos completamente despropositados”.
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