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Agrosport – Galardão Micro Empresa do Ano 2008
O empresário Paulo Neves considera a distinção como um estímulo para encarar as dificuldades decorrentes da conjuntura internacional.A Agrosport fabrica e comercializa cofragens, máquinas, gruas, dumpers. Vende para todo o país, para Espanha e para países africanos.
O Galardão Micro Empresa do Ano 2008 atribuído à Agrosport premeia a maturidade alcançada pela empresa do Cartaxo. Ao longo dos dezanove anos de existência tem-se destacado no fabrico, comercialização e assistência técnica de máquinas e equipamentos para o sector da construção.Na origem era para ser uma empresa ligada a equipamentos para a agricultura. O nome adoptado reflectia isso mesmo. Paulo Neves, o sócio-gerente, tinha o curso de Regente Agrícola. Um dia um amigo propôs-lhe deixar à consignação uma série de máquinas para expor. O empresário foi em frente.Paulo Neves não se arrepende de ter deixado um bom emprego como responsável por uma grande exploração agrícola para se tornar empresário. Apesar da alteração de planos manteve até à data o nome social da empresa que tem sido sinónimo de credibilidade no mercado nacional e internacional.Por isso o galardão de Micro Empresa do Ano 2008, atribuído pela Nersant e pelo jornal O MIRANTE, é visto com bons olhos. “Quando recebi a notícia do engenheiro Campos, fiquei orgulhoso por ver reconhecido o trabalho que fiz ao longo deste ano. Não é o prémio que me vai dar mais dinheiro ou mais vendas mas é um estímulo para encarar o dia a dia de uma forma diferente da que estou a encarar hoje. È normal em mim, sou leão!”, comenta Paulo Neves.A Agrosport fabrica e comercializa cofragens, máquinas, gruas, dumpers, entre muitos outros artigos. Do mais pequeno equipamento à grande infra-estrutura para a construção. Vende para todo o país, para Espanha e para países africanos. Apesar de as margens de lucro começarem a ser muitos escassas em Angola e dos vizinhos espanhóis passarem por uma crise do sector da construção mais acentuada que a nossa.A assistência técnica prestada ao cliente é uma das chaves do sucesso da Agrosport. Outra é Paulo Neves, que faz questão de dar a cara em todas as situa-ções. A Agrosport conta com dez colaboradores.O lema do empresário é inovar. A Agroport está investir 500 mil euros na construção de painéis de cofragem de alumínio. Um sistema inovador, fácil de manusear e de preço idêntico ao do ferro. Dos 250 mil euros previstos de vendas para o corrente ano, 200 mil já foram atingidos. A construção de um pavilhão na zona industrial da Lapa, concelho do Cartaxo, vai servir esse fim. Paulo Neves confessa que muitas vezes se desilude com o andamento do mercado, principalmente com os exagerados atrasos nos pagamentos mas não desanima. Nesta altura investe em contraciclo. “É bonito dizer mas difícil de concretizar”, assegura. A maior incidência de negócios da empresa verifica-se na Grande Lisboa mas também possui uma boa quota de mercado na região de Santarém.Está a desenvolver um portal de equipamentos para a construção com conjunto com dez empresas onde serão anunciadas todas as compras efectuadas. Uma página abrangente, de cobertura nacional. Sem esquecer a actualização do site da empresa para lhe conferir novo grafismo e funcionalismo. Toda a gestão da empresa, dos pagamentos aos fornecedores, passando pelo stock diário, as reparações de oficina, está ao alcance de um clicar no computador. “Ando sempre com vida programada 30 dias à frente, só não consigo prever o que vendo amanhã”, graceja. A Agrosport é também empresa certificada pela norma ISO 9001:2000, que lhe confere uma maior notoriedade de marca.Tormentos económicos pairam no ar e o empresário prefere nem ler jornais e ver noticiários. Paulo Neves refere que anda há oito anos a ouvir falar de crise. A ouvir e a sentir. De um volume de negócios de 4,5 milhões de euros passou para os cerca de dois milhões actuais. Apesar disso, a empresa está financeiramente bem. “Já estou farto de preocupações. Se calhar agora estou na minha dimensão”, desabafa.Para sublinhar que o problema actual é cobrar e, na área da construção, as dificuldades aumentam. Diz que anda mais desanimado que desiludido. “Hoje é um daqueles dias menos bom. Há 12 anos que não tenho férias, sou um escravo da empresa. Não tiro por preocupação constante”, constata.O empresário não é pessoa de se ficar pelo escritório. É na rua que Paulo Neves se sente à vontade, seja para ir às obras, receber dinheiro ou fazer contactos directos. Começa o dia às sete da manhã. Bebe café com grupo de amigos e vai para a empresa. Mais tarde sai para visitar clientes. Num dia pode ir a Alverca, estar depois do almoço em Badajoz e às sete da tarde de volta para assistir às aulas que está a ter de espanhol empresarial.Paulo Neves defende mais investimento na região. Diz que a Zona de Actividades Económicas do Casal Branco e a Área de Localização Empresarial do Falcão, ambas no Cartaxo, bem como outras áreas empresariais da região são pontos de partida e de esperança. “Falta indústria na região e daí o grande problema da habitação não se vender hoje. Tem de haver um rendimento que dê poder de compra às pessoas e estabilidade no emprego”, analisa quem pensa que a região e o Cartaxo estão transformados em dormitórios. Os filhos Rui Pedro e Francisco, de 20 e 15 anos, respectivamente, e a esposa Maria José são as âncoras da sua vida. Paulo Neves procura ainda descontrair nos momentos livres. Um dos seus hobbies é nadar. Não passa dia sem dar um mergulho na piscina coberta da casa de um amigo para dar umas braçadas. E encarna o espírito saudável do desportista nos Challengers Nersant. “O nosso objectivo é ficar sempre à frente de O MIRANTE. E temos conseguido!”, garante. O empresário gosta ainda de praticar caça submarina nas límpidas mas geladas águas de Peniche.Alegrias e preocupações trazem-lhe também o Sporting, clube da sua eleição. O poster de uma equipa do clube verde e branco está na parede do seu escritório. À missa não vai este católico não praticante. “É como diz o padre Borga, também sou ciclista e não ando de bicicleta”.
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