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Nada é como antigamente no derbi futebolístico do Sul do distrito

Nada é como antigamente no derbi futebolístico do Sul do distrito

Infantilidade do guarda-redes do Benavente apressou a vitória do Samora Correia
“Isto já não tem nada a ver com os jogos de antigamente entre o Benavente e o Samora. Olhe só para isto, ‘meia dúzia de gatos’ a assistir ao jogo, quando noutros tempos, o Campo das Portas do Sol era pequeno para albergar tantos espectadores. E o entusiasmo era tal, que muitas vezes passava das marcas, e havia ‘guerra’ entre os adeptos. Eu ainda entrei nalgumas dessas lutas”, dizia desolado, domingo, José Nobre, um adepto do Benavente antes do início do jogo que opôs a sua equipa ao vizinho Samora Correia.A bancada acabou por se compor. Centena e meia de adeptos dos dois clubes juntaram-se e conviveram sem muita emoção. No momento a diferença entre as duas equipas é grande, com a superioridade a pertencer nitidamente aos samorenses.Dentro das quatro linhas os jogadores ainda tentaram apimentar o derbi com algumas picardias escusadas. O árbitro Pedro Lopes, com pouca habilidade para a arbitragem, também ajudou à festa. Mas o bobo mor foi o guarda-redes do Benavente, Nuno que, aos 44 minutos de jogo, resolveu encenar uma peça digna de registo.Numa jogada de contra-ataque a bola foi enviada para a frente. O jogador do Samora, Mourato vai no seu encalço, Nuno sai da baliza e à entrada da área apanhou tranquilamente a bola, mas quando o seu adversário em corrida vai a passar ao seu lado, estende a perna e atinge o seu adversário. O árbitro, bem de frente para a jogada, não hesitou, apitou a assinalar a respectiva grande penalidade, e exibiu o cartão vermelho ao guarda-redes. Foi, na verdade, uma cena hilariante, mas que deixou dirigentes e adeptos do Benavente desolados.Na sequência do lance, Emanuel transformou em golo a grande penalidade, colocando os samorenses a vencer por dois golos a zero, ele próprio tinha marcado o primeiro golo aos 10 minutos. A perder 2-0 e a jogar com menos um jogador, o jogo acabou praticamente ali para o Benavente.Na segunda parte o Benavente despertou mais um pouco, os jogadores bateram-se muito bem, o guarda-redes, Godinho, que substituiu Nuno, deu confiança e defendeu corajosamente dois remates fortes de Emanuel. O Samora limitou-se a controlar o jogo e a fazer contra-ataques esporádicos. Por isso o entusiasmo na bancada também era pouco, e os adeptos limitaram-se a brincar uns com os outros ou a brindarem o árbitro com alguns palavrões menos correctos. A vitória dos samorenses foi justa.Luís Pedro o melhor jogador em campoEmanuel marcou os dois golos do jogo, podia por isso ser considerado o homem do jogo. Contudo foi superado em campo pelo jovem Luís Pedro, que mostrou muito futebol para jogar apenas nesta divisão do distrital.Luís Pedro é um centro-campista com muito valor. Tacticamente esteve quase perfeito, quer a defender quer a atacar, e quando a bola chegava aos seus pés o futebol era logo outro. Conseguia colocar a bola em passes curtos ou compridos, com grande precisão, sempre com grande humildade. Uma humildade que o levou a não tecer grandes comentários, limitando-se a dizer que a vitória foi de toda a equipa.“Cometemos mais um erro grave que nos penalizou fortemente”No final do jogo, o treinador do Benavente, Mack estava desolado com mais uma derrota da sua equipa, a terceira em quatro jogos, e lamentava o facto de ver a sua equipa ser penalizada por erros crassos dos seus jogadores. “É verdade, temos sido muito penalizados por erros próprios”, disse.Contudo o técnico recusou crucificar o seu guarda-redes. “Só quem lá anda dentro é que erra, mas temos que saber reagir a isso. Nós técnicos também erramos e temos que saber admitir os nossos erros. Tenho confiança na equipa e acredito que vamos conseguir sair deste ciclo mau, e vamos conseguir os nossos objectivos que passam pela manutenção”, referiu.“Este jogo merecia um árbitro de melhor qualidade”Satisfeito com a vitória, mas incomodado com a má arbitragem a que tinha assistido, estava o treinador do Samora Correia, Paulo Eira, que foi expulso do banco aos 25 minutos de jogo. “Vivo com muita intensidade os jogos, trabalhamos durante toda a semana para vencer ao domingo, por isso custa-me ver que os intervenientes em campo não tenham todos a mesma qualidade, e às vezes posso dizer alguma coisa menos correcta, o que não foi o caso aqui hoje”, garantiu.“O facto de conhecer antecipadamente a qualidade do árbitro influencia as minhas reacções. Reconheço que tenho de reflectir sobre isso e tratar de fazer uma rectificação no meu comportamento. Mas também é verdade que ao longo dos três anos que estou à frente do Samora, tive apenas duas ou três advertências e sempre feitas por árbitros de pouca categoria”, disse em jeito de contrição.Mas Paulo Eira garantiu que não seria honesto consigo próprio se não criticasse o mau trabalho do árbitro. “Foi ele que transformou o jogo numa má partida. Cedo deu a entender aos jogadores que não tinha categoria para arbitrar um jogo destes e eles de certo modo abusaram”, referiu enquanto pedia a quem faz as nomeações para mandar para jogos como este árbitros de melhor categoria. “Que os há no distrito”.Quanto à vitória da sua equipa, Paulo Eira considerou-a justa e garantiu que o grupo de trabalho está a assimilar bem os seus métodos de jogo. “Queremos fazer um campeonato tão bom ou melhor do que a época passada e estamos no bom caminho. Temos que continuar a trabalhar como até aqui, estou satisfeito por isso”.
Nada é como antigamente no derbi futebolístico do Sul do distrito

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