
Avipronto investe mais de 15 milhões de euros em nova fábrica no Cartaxo
Administrador da empresa lamenta burocracia que fez arrastar processo
A Avipronto, produtos alimentares vai iniciar a construção de uma unidade de industrialização na Zona de Actividades Económicas do Casal Branco/Pontével, Cartaxo, um investimento inicial de 15 a 20 milhões de euros, com criação de 250 postos de trabalho.O presidente do conselho de administração da empresa, Armando Almeida, disse à agência Lusa lamentar que um investimento cuja necessidade foi sentida há três anos, num momento de "forte crescimento", se tenha arrastado por razões "exclusivamente burocráticas", acabando por acontecer num momento de retracção dos mercados.Depois de uma prospecção junto de vários municípios da zona, o protocolo com a Câmara Municipal do Cartaxo foi assinado em Fevereiro de 2007, mas a assinatura da escritura de transmissão do terreno, que permite dar início à construção da unidade, só foi concretizada sexta-feira passada.Apesar do momento que a economia mundial atravessa, a Avipronto vai avançar com o investimento, de forma faseada, esperando estar a iniciar a actividade no final de 2009, afirmou. A unidade a construir no Cartaxo, além da industrialização da carne de frango, vai albergar a sede da empresa. A Avipronto, que integra toda a fileira avícola, desde a produção do frango até ao prato, foi criada em 1956, com o início da sua actividade no Centro de Multiplicação Avícola de Campo Besteiros (Viseu). Em 1970 iniciou a produção na unidade de Benavente e, um ano depois, a unidade de Viseu passou a fazer o abate e transformação, seguindo-se, em 1980, a unidade da Azambuja.Depois da aquisição, em 1986, pela Sapropor (do grupo americano Conagra), a cisão da actividade avícola, em 2002, fez renascer a Avipronto, que foi de novo adquirida, em 2004, pelo Banco Efisa. Armando Almeida disse que, no conjunto das empresas, o volume de negócios da Avipronto ronda os 90 milhões de euros, sendo a sua quota em todo o mercado da carne nacional da ordem dos 25 por cento.Referindo a importância residual das exportações (essencialmente para o Luxemburgo, França e África), Armando Almeida referiu que os produtos da Avipronto estão presentes em todo o país, através das cadeias das grandes superfícies e também pela distribuição grossista.O presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Caldas (PS), disse que a unidade da Avipronto é a primeira a instalar-se na zona empresarial do Casal Branco, ocupando 5,2 hectares dos 17,8 hectares de área total. Segundo disse, em Novembro vai igualmente avançar a instalação, na mesma zona, de uma outra unidade, de produção de vidros, nomeadamente para o sector da aeronáutica.Paulo Caldas adiantou que os dois investimentos vão gerar mais de 600 postos de trabalho (600 da Avipronto e 40 da unidade vidreira) "a curto/médio prazo", em investimentos que rondarão os "40 a 60 milhões de euros". O autarca adiantou que a Avipronto fará a infra-estruturação colectiva do espaço, que tem ainda 10 lotes para venda, estimando a criação, a prazo, de 1.500 postos de trabalho. Paulo Caldas revelou ainda que as empresas que se instalam comprometem-se a angariar mão-de-obra prioritariamente no concelho.Autarca garante não haver projecto para abate de avesO protocolo para instalação da unidade da Avipronto no Cartaxo refere que a empresa terá uma unidade de abate de aves e não apenas uma fábrica de transformação de produtos avícolas. É o que prevê o protocolo firmado em Fevereiro de 2007 e que foi submetido à última sessão da Assembleia Municipal do Cartaxo. Durante a assinatura do acordo com a Avipronto, em Fevereiro de 2007, Paulo Caldas afirmava ter garantias da empresa de que não iria construir uma unidade de abate, recebendo as aves provenientes dos matadouros de Azambuja, Viseu e Ferreira do Zêzere, pré-cozinhadas e temperadas para embalagem. Agora o autarca diz que o fundamental é a criação de postos de trabalho. “Havendo abate ou não no futuro, o estudo de impacto ambiental garantirá que numa unidade moderna não haverá cheiros. A questão de ter matadouro não é a essencial, mas não foi apresentado nenhum projecto com abate”, assegura.

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