Sou ex-furriel miliciano e fui combatente em Moçambique entre 1967 e 1969. Pertenci à Companhia de Caçadores 1804 / Batalhão 1937. Com 21 anos de idade fui obrigado a abandonar o Curso de Regente Agrícola para servir a uma Pátria que pensava pertencer. Após deixar as fileiras em 1970, saí do país legalmente portando um passaporte português. Como marítimo renovei o mesmo por 3 vezes. Qual não foi o meu espanto quando, no final da década de 80, fui classificado pelo Governo Português, como “ Não português “ por ter nascido em Cabo Verde. Moro no Brasil e tenho dupla cidadania, mas nenhuma do país que me condecorou em duas ocasiões por actos de bravura. Não quero nada do Governo Português, para além da resposta a uma pergunta: O que me estão a fazer não foi o que os nazis fizeram com os judeus, usando a lei de Nuremberg de 1935 ?Valdemiro Pina Lopes