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Póvoa de Santa Iria não quer prédios altos na zona ribeirinha

Póvoa de Santa Iria não quer prédios altos na zona ribeirinha

Debate sobre revisão do PDM junta mais de 200 munícipes

Plano prevê prédios com seis pisos junto ao rio. Moradores temem perder o contacto visual com o rio e a consequente desvalorização das suas casas.

“Salvemos a zona ribeirinha”, bem poderia ser o apelo da maioria dos intervenientes no debate público sobre a primeira revisão do Plano Director Municipal (PDM) de Vila Franca de Xira que decorreu na noite de terça-feira, 21 de Outubro, na Póvoa de Santa Iria. O plano, em fase de consulta pública até 11 de Novembro, prevê a construção de prédios com uma altura máxima de seis pisos, situação que não agrada aos actuais moradores da Póvoa. “É uma zona em cota de cheia. As garagens não podem ser subterrâneas e em vez dos seis pisos podem ser oito”, previu Licínio, um dos primeiros intervenientes na sessão. O munícipe defendeu que a altura dos prédios não deve ultrapassar os quatro pisos. Uma posição que foi corroborada por vários munícipes que se manifestaram contra a construção de “torres” porque “vai criar uma cortina que acentua o afastamento entre a cidade e o rio”. Autarcas da freguesia e populares apelaram à câmara para que reveja as previsões do PDM para a zona ribeirinha. A presidente Maria da Luz Rosinha explicou que seis pisos é a previsão máxima, mas “não quer dizer que todos os edifícios tenham seis pisos”. A edil referiu que gostava de ver no local um projecto com uma arquitectura arrojada com prédios com alturas diferentes que permitam manter o contacto visual com o rio.O antigo vereador do urbanismo, Ramiro Matos, considerou que a urbanização da zona ribeirinha é fundamental para dar vida aquela zona. “Enquanto não viver ninguém, entre o rio e a linha de comboio não se pense requalificar a zona ribeirinha”, alertou.“Tenho vizinhos na Quinta da Piedade que nunca foram junto do rio”, acrescentou para acentuar o afastamento da maioria dos 30 mil habitantes da Póvoa do Tejo.Mas as preocupações com a zona ribeirinha não remetem apenas para o futuro. Há situações em que “é preciso actuar já”, como o esgoto que corre a céu aberto para o rio. O vereador Rui Rei (Coligação Mudar Vila Franca) defendeu que os 30 mil metros quadrados (três campos de futebol) dos terrenos onde decorrem as festas da Póvoa devem ser aproveitados para “um grande parque urbano” onde os povoenses possam praticar desporto e viver tempos de lazer. O autarca social-democrata, que estava acompanhado de vários eleitos do seu partido, insistiu no problema da falta de mobilidade e defendeu que as novas acessibilidades previstas no PDM devem avançar rapidamente.“Demoro 30 minutos para sair da Póvoa e mais 40 minutos para chegar ao centro de Lisboa”, contou Vítor Hugo, um dos milhares de povoenses que diariamente passa mais de duas horas nas intermináveis filas.A presidente Maria da Luz Rosinha sugeriu a utilização dos transportes públicos e deu como exemplo o comboio que é “mais barato, mais seguro e mais cómodo”. A edil disse que já foi equacionada a hipótese de colocar mini-autocarros a fazer a ligação entre a Quinta da Piedade e a estação da Póvoa para minimizar os problemas da falta de estacionamento junto à estação.Escola da rede solidária garante ensino até ao 12º anoNo leque das preocupações dos munícipes estão também as lacunas ao nível do ensino. O anúncio da abertura de uma escola da rede solidária que garante o ensino do primeiro ao 12 º ano, gerida por uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), não descansa os pais dos alunos “A senhora presidente garante que os nossos filhos terão acesso a essa escola nas mesmas condições que têm na escola, pública”, questionou Elsa Arruda, mas ficou sem resposta. A presidente da câmara enunciou um conjunto de novas escolas e jardins de infância que serão construídos a curto prazo para dar resposta às necessidades de uma população que não pára de crescer. “Temos 6141 habitantes por quilómetro quadrado, não lhe parece exagerado?”, questionou uma munícipe.O presidente da junta de freguesia, Jorge Ribeiro (PS) considera que o novo PDM acautela um crescimento sustentado e de qualidade na cidade. O jovem autarca insistiu na necessidade de construir a esquadra da PSP, equipamentos culturais, escolas e a sede da Junta de Freguesia. Jorge Ribeiro não esqueceu a Póvoa antiga, reforçando a necessidade de uma intervenção urgente para evitar mais derrocadas dos prédios antigos seguida de um plano de reabilitação que estimule as pessoas a viverem no local. O debate sobre a revisão do PDM foi o quinto duma série de 11 e foi um dos mais participados. Não fosse a Póvoa uma das maiores cidades do concelho e a que registou maior crescimento demográfico nos últimos anos.A proposta pode ser consultada nas juntas de freguesia, câmara municipal, delegações da câmara de Alverca e Póvoa e na Divisão de Planeamento e Ordenamento do Território que estão a funcionar em horário alargado das 09h00 às 20h00, até 11 de Novembro, data em que finaliza a consulta pública. A proposta está também disponível no sítio da câmara em www.cm-vfxira.pt.
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