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Camarada Manuel Serra d’Aire, operários, soldados e camponeses

Vivem-se tempos de júbilo para o proletariado. Afinal havia mesmo amanhãs que cantam e o nosso primeiro-ministro Sócrates tratou de o demonstrar começando a nacionalizar bancos. É verdade que por agora foi só um, mas as nacionalizações são como as cerejas. A seguir virão outros bancos, seguradoras, cervejeiras, gasolineiras, casas de alterne, novelas brasileiras, clubes de futebol, esta rubrica e por aí fora. Os capitalistas e reaccionários que durante anos andaram a pregar a falência do comunismo e o fim da intervenção do Estado na economia já devem estar a caminho do Brasil, como nos magnificentes e saudosos tempos do PREC. Pensando bem, é melhor não irem para o Brasil porque também aí os amanhãs vão cantando. Nem para a Venezuela. Nem para os Estados Unidos, agora que o padrinho Bush está de malas aviadas. Talvez a Madeira seja a safa deles…O comunismo está em grande e a comunista mais ortodoxa a seguir a Odete Santos também. A deputada e vereadora da Câmara de Santarém Luísa Mesquita continua a coleccionar vitórias sobre as amostras de bolcheviques que a expulsaram do partido. Quem pensava que a expulsão era a desgraça dela enganou-se. Criou o PCP-LM e os amanhãs a cantar, embora mesmo um pouco desafinados, vão surgindo com a mesma cadência com que Moita Flores aparece na TV. A última façanha do PCP-LM foi conseguir roubar à CDU um lugar na administração de uma empresa municipal de Santarém, para Luísa Mesquita juntar aos cargos de deputada, de vereadora e sei lá que mais que esta La Pasionaria ribatejana já detinha. É obra meu caro, é obra! Autênticos trabalhos forçados que nem os dissidentes na extinta e piedosa União Soviética sofriam nos seus exílios nos gulags. Só uma comunista com a tenacidade de Luísa Mesquita podia sobreviver a tais provações. É justo e imperioso que lhe dediquem uma estrofe na letra da Internacional e que o PCP-LM tenha em conta a sua dedicação à causa criando uns jogos florais para torneiros mecânicos com o seu nome. Por último, caro Manel, uma palavra para os devaneios faraónicos que de vez em quando são notícia na região. Quem não se lembra do funicular entre a Ribeira de Santarém e a cidade, dos complexos turísticos do Boquilobo e do Gualdim, do hotel de luxo em Torres Novas? Pois agora é um investimento de “centenas de milhões de euros” na área do turismo, anunciado para uma herdade da zona de Abrantes por uma vereadora da câmara. Por uma vereadora da câmara?! - perguntarás tu com toda a propriedade. Querem ver que a divulgação da informação acerca dos projectos empresariais também já foi nacionalizada, perdão, municipalizada para fazer render o peixe eleitoral. Este episódio faz-me lembrar aquela história do morcão que insistia em gabar-se que era namorado da Pamela Anderson. O problema é que ela não sabia… Saudações proletárias do Serafim das Neves e viva a reforma agrária

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