Sousa Gomes mantém-se à frente da Comunidade da Lezíria do Tejo que Moita Flores considera “uma farsa”
Presidente de Santarém diz que essa associação “não serve interesses dos municípios”
Nas eleições de sexta-feira não vingou a tese do presidente da Câmara do Cartaxo, que pretendia uma direcção formada exclusivamente por autarcas socialistas.
O presidente da Câmara Municipal de Almeirim, José Sousa Gomes (PS), foi eleito sem surpresas presidente do conselho executivo da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, com sete votos a favor e um contra, num sufrágio onde não marcaram presença três presidentes de câmara da Lezíria do Tejo que chegaram atrasados à eleição mas ainda a tempo de assistirem à tomada de posse. Como vice-presidentes foram eleitos os presidentes das câmaras municipais de Benavente, António José Ganhão (CDU), e da Azambuja, Joaquim Ramos (PS). Não vingou assim a tese do autarca do Cartaxo, Paulo Caldas (PS), que defendeu um conselho executivo unicamente composto por autarcas socialistas. O que seria contrário ao historial da associação, onde a CDU sempre esteve representada na direcção.Sousa Gomes disse não partilhar da posição do presidente do Cartaxo, considerando que "não há nenhuma razão" para excluir o autarca de Benavente, que tem tido uma postura "muito sensata", sublinhando ainda que a inclusão da CDU no órgão directivo da comunidade permite um "maior equilíbrio". Já António Ganhão afirmou que não fez questão de estar presente na comissão executiva da CIMLT se isso fosse causa de divisão entre os autarcas, mas recordou todo o historial desde a criação da Associação de Municípios da Lezíria do Tejo, marcado pela "unidade" e pela representação dos dois partidos com mais peso na sub-região.Paulo Caldas destacou-se ainda neste processo ao manifestar o seu apoio público à candidatura de Sousa Gomes, um ano e meio depois de se ter demitido da vice-presidência da comunidade urbana na sequência do abandono do município do Cartaxo do projecto intermunicipal Águas do Ribatejo. Na altura Caldas foi acusado de quebra de solidariedade e foi alvo de críticas contundentes por parte de Sousa Gomes.Esta eleição foi motivada pela extinção das comunidades urbanas, que deram lugar às comunidades intermunicipais. O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Francisco Moita Flores (independente eleito pelo PSD), tomou posse no plenário de presidentes mas não vai participar no que considera ser "uma farsa". Na linha das posições que tem tomado, Moita Flores considera que a comunidade "não serve os interesses dos municípios" que a integram e que tem sido liderada por "gente com uma visão egocêntrica" e parte "de um passado sem glória"."Estaremos sempre lá a combater, num combate difícil e duro", garantiu, assegurando que Santarém "não esquece o que a CULT lhe fez", numa referência ao processo de constituição da empresa intermunicipal Águas do Ribatejo, que Santarém abandonou acabando por perder os fundos comunitários que estavam previstos para os seus projectos de saneamento.Sousa Gomes, que era presidente da Junta da Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo, foi o único a apresentar uma lista. Além do também presidente da Câmara de Almeirim, a lista manteve, da anterior direcção, o comunista António José Ganhão (Benavente) e integrou o presidente da Câmara Municipal da Azambuja, Joaquim Ramos (PS), que substituiu Joaquim Rosa do Céu, presidente da Câmara de Alpiarça que é o novo presidente da Entidade Regional de Turismo. A entrada de Joaquim Ramos para a direcção da CIMT permite aos municípios da margem direita do Tejo voltarem a ter assento no órgão executivo.Depois da eleição dos órgãos dirigentes, as assembleias municipais dos 11 concelhos que integram a CIMLT vão eleger, até final do ano, os seus representantes na Assembleia da Comunidade.
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