Rui Pedro Brogueira
31 anos, administrador executivo
Nasceu a 22 de Dezembro de 1976 em Amiais de Baixo, Santarém. Formado em Economia é actualmente um dos administradores executivos da Garval, Sociedade de Garantia Mútua com sede em Santarém, onde surgiu em 2002. É casado e tem uma filha de 10 meses a quem dedica quase todo o seu tempo livre. Nas decisões mais difíceis costuma aplicar uma frase de um poema de António Sérgio: “Posso não saber para onde vou mas sei que não vou por aí”.
O nome Garval é uma simbiose de dois aspectos. Da natureza do nosso negócio, que é a emissão de garantias e da região onde nos encontramos. Porque, sem querer condicionar o limite da nossa actividade, na prática é a Sociedade de Garantia Mútua do Vale do Tejo. A nossa actividade é ainda, em outros países, entendida como de aval. Estou ligado a esta sociedade desde a sua constituição. Até Março deste ano executei funções de director-geral e, desde então, desempenho o cargo de administrador executivo. Depois de um processo de promulgação de legislação relativamente longo, a Garval foi constituída em 2002 e iniciou actividade em 2003. Foi a única Sociedade que nasceu de uma iniciativa conjunta da SPGM com o tecido empresarial local, dinamizado pela Nersant. Quando começou a sua actividade éramos quatro colaboradores. Actualmente colaboram na sociedade 26 pessoas e encontramo-nos em fase de crescimento. A história da Garval está ligada ao início do Sistema de Garantia Mútua Nacional. Este surgiu em 1994 por iniciativa governamental, através do IAPMEI e corporizado na SPGM, porque até então não existia em Portugal um sistema mutualista de apoio a empresas no acesso ao financiamento, que era uma regra no mundo ocidental. A SPGM actuou como sociedade piloto, de forma a testar o produto e instituir as Sociedades de Garantia Mútua no nosso país. Até à data já apoiamos 4,5 mil Milhões de euros de investimento. O nosso negócio é o risco. As dificuldades de acesso ao crédito em condições adequadas por parte das empresas junto dos bancos, particularmente enfatizadas num cenário de crise financeira, sempre existiram. Para o banco torna-se mais interessante reduzir o risco com a nossa intervenção, sendo que também somos Instituição de Crédito. É um factor que mitiga o risco e que potencia a concessão do financiamento. A empresa sabe que se tiver a Garval como parceira pode melhorar as suas condições de crédito junto do banco. Por seu turno, se houver incumprimento, a Garval responsabiliza-se até um valor que pode ir até 75% do valor em dívida, pagos à primeira solicitação. Temos sempre uma janela aberta para a inovação de processos. O meu dia passa por participar em reuniões, quer com empresas quer com bancos, quer com outras entidades, nomeadamente ligadas ao Estado. Participo também no processo de decisão das operações. Há também uma parte muito importante, diria fundamental, que passa por acompanhar os colaboradores e tentar desenvolver as suas competências. No final do dia, programo o dia seguinte e vejo se é necessário levar trabalho para casa. O dia seguinte é sempre antecipado para que se possa fazer uma melhor gestão, no caso de existir algum imprevisto. Desde sempre, vejo-me, sob o ponto de vista profissional, ligado a empresas. Tenho a felicidade de ter essa realização profissional porque aqui estamos, no fundo, a funcionar em prol das empresas, que são a nossa razão de existência. Esta é uma “capa” que não se tira. Quer pela responsabilidade, quer pelo prazer que nos dá. A Garval tem uma carteira de “garantias vivas” que se cifra por volta dos 250 milhões de euros, representando cerca de 500 Milhões de euros de financiamento a PME. Um milhão de euros é a nossa unidade de referência mas é preciso nunca perder a noção de quanto é um euro. Gosto de viver em Santarém. Estamos muito perto de Lisboa e temos condições de acesso extraordinárias, sem paralelo no país. Há, no entanto, que melhorar para conseguirmos dar um salto evolutivo para estarmos ao nível do que hoje é a criação de valor reconhecida pelo mercado global. E essa está na indústria, nos serviços e nas actividades de investigação, eficientes e em articulação. A região tem que se organizar e unir esforços no sentido do desenvolvimento. É importante que comecemos a pensar que quanto melhor está o nosso vizinho do lado, melhor estamos nós.
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