Aqui há tempos li uma notícia em que um presidente de câmara se queixava dos atrasos na aprovação das candidaturas ao QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional. Dizia ele que o programa que tinha uma amplitude temporal entre 2007 e 2013, tinha passado na prática a vigorar apenas entre 2009 e2013, levando a uma concentração de investimentos em cinco anos, em vez de sete.Acredito que estivesse a falar com seriedade e genuína preocupação mas não deixa de ser interessante enquadrar este tipo de atrasos no calendário eleitoral. Para o ano há eleições. Não sei se repararam mas não há concelho onde não tenham começado obras. Essas mesmo que já foram ou estão para ser contempladas com dinheiros comunitários do tal QREN que está com atraso. Não sou analista político e não posso confirmar as minhas suspeitas mas é coincidência a mais. E isto não é de agora. Está mais que provado que os anos de mais e maiores obras são anos eleitorais. Os políticos sabem muito bem como se faz. Há mil e um truques para conseguir esse milagre que dá votos e que se chama obras à boca das urnas. Em vez de se lamentarem pelos atrasos do QREN, alguns presidentes de câmara devem estar a exultar. Obras de 2007, concluídas em 2008 seriam esquecidas em 2009, ano de autárquicas. Dá tanto jeito um QREN atrasado…Carlos Juvenal