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Uma montra que recria a vida quotidiana dos anos setenta do século passado

Uma montra que recria a vida quotidiana dos anos setenta do século passado

Loja de Maria Levezinho volta a transformar montra em pequena “cidade”
A contrastar com o que acontece em quase todo o país, durante esta quadra, no centro histórico da Póvoa de Santa iria, Vila Franca de Xira, a iluminação de Natal parece ter sido esquecida. Excepção para a loja de electrodomésticos de Maria Levezinho, 85 anos, onde o espírito do Natal sobressai numa montra feita exposição. O centro histórico da cidade e os costumes da vida quotidiana até 1970 serviram de mote. Por ali desfilam memórias, tradições e lugares de tempos que já lá vão. Maria Levezinho lembra-se de todos. Como o bairro da vidreira, hoje bairro da Solvay, ou o antigo campo de ténis, hoje parque de automóveis. Há também a escola primária do Alto, entre a rua Raul Redol e a Marquês de Pombal, onde o livro da primeira classe, a tabuada e o mapa de Portugal são elementos destacados. Os tanques antigos, o grémio, o baile e a quermesse também não foram esquecidos. Das tradições antigas evocam-se os carrinhos de rolamentos, percursores do actual skate e diversão para muitos rapazes. Recorda-se a Festa de Santo António com as tradicionais cavalhadas, um torneio burlesco, onde os rapazes montados em burros procuravam com lanças tocar em objectos escondidos num saco suspenso no ar. Por fim, e muito bem iluminada, a fogueira do Alto, junto à escola. “Havia a tradição das raparigas queimarem as alcachofras para saberem se os namorados gostavam delas. Se voltassem a florir os rapazes caiam nas boas graças, senão levavam com o alho porro”, conta Maria Levezinho, que demorou um dia inteiro para montar a exposição. “Começámos a montar no sábado de manhã e só acabámos às onze da noite”. Sempre se lembra de enfeitar a montra para o Natal e não sabe ao certo quanto dinheiro gasta nesta “brincadeira”. Há quatro anos fá-lo com mais afinco. Desde que começou a participar em concursos. Há dois anos, ganhou o primeiro prémio, com uma montra alusiva ao bairro dos pescadores. Este ano o concurso não se vai realizar, mas a montra não podia deixar de ser feita. “ Temos gosto em mostrar estas tradições. Esta montra diz o que a Póvoa tinha e como era: pequena mas muito amiga”, remata a filha de Maria Levezinho, Célia Monteiro, que também ajudou na decoração.
Uma montra que recria a vida quotidiana dos anos setenta do século passado

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