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Ferroviários vence jogo disputado num relvado impróprio

Ferroviários vence jogo disputado num relvado impróprio

É imperioso colocar os sintéticos do Bonito ao serviço dos clubes

O Grupo Desportivo dos Ferroviários do Entroncamento venceu 2-1 a Associação Desportiva de Mação, em jogo a contar para a Divisão de Honra Nacional, disputado num relvado impróprio para a prática do futebol. Ali mesmo ao lado, dois campos de relva sintética, parece estarem prontos para ser utilizados.

O relvado do Estádio do Bonito está em péssimas condições para a prática do futebol, e os jogadores das equipas do Grupo Desportivo dos Ferroviários e da Associação Desportiva de Mação, não conseguiram mostrar mais do que um grande espírito de luta, no jogo que disputaram, domingo, a contar para a Divisão de Honra Distrital.Nos primeiros minutos com o relvado ainda em razoável estado, o Mação mandou no jogo, e por duas vezes criou perigo junto da área do Ferroviários. Com o andar do tempo e com o piso a ficar cada vez pior, os jogadores do Entroncamento, mostrando um elevado espírito de luta, foram equilibrando as operações.Contudo foi o Mação o primeiro a marcar. Aos 35 minutos Pedro Louro aproveitou da melhor maneira uma série de ressaltos na área adversária e com um remate potente conseguiu bater o guarda-redes Sérgio.O 1-0, favorável ao Mação, que se registava ao intervalo era um resultado justo. Na segunda parte a situação modificou-se. O terreno foi ficando cada vez em pior estado, e isso foi favorável ao Ferroviários. Os seus jogadores adaptaram-se melhor e, passando a jogar um futebol mais directo, conseguiram voltar o resultado.Também a expulsão, injusta, de Lucas, aos 55 minutos, contribuiu para a reviravolta, que começou aos 60 minutos com um golo de Bruno Moita, e teve o seu epílogo aos 89 minutos, com um golo de bandeira do ainda júnior Martin. O Ferroviários acabou por vencer, mas é um resultado muito penalizador para o Mação.No final do jogo o piso do campo estava transformado num autêntico lamaçal, e é muito difícil para quem tem a missão de o tratar conseguir colocá-lo em condições para que as várias equipas da cidade que ali treinam e jogam poderem voltar a usá-lo durante a semana. Por isso, nas bancadas e entre jogadores e dirigentes, comentava-se a necessidade de colocar os dois campos de relva sintética, que estão ali mesmo ao lado, ao serviço dos clubes.Na bancada, um espectador perguntava a um dirigente, “quando é que os sintéticos estão prontos para jogar e treinar”. Como resposta recebeu um “não sei, os campos estão prontos, mas parece que a luz ainda não está a funcionar”. Um árbitro à derivaRui Marques, foi o árbitro do jogo, e andou quase sempre à deriva. Mal no capítulo técnico e péssimo no capítulo disciplinar. Raramente conseguiu discernir o que era causado pelo mau estado do terreno, do que eram entradas à margem da lei dos jogadores. O segundo cartão amarelo mostrado a Lucas, e a consequente expulsão, perante outras jogadas que já se tinham verificado, sem que o árbitro tivesse usado a cartolina, foi uma autêntica barbaridade. Que nem o jogador nem o clube da zona norte do distrito mereciam. Os seus auxiliares, Miguel Cordeiro e Edgar Duarte estiveram bem.“Estas vitórias moralizam a equipa, mas as dificuldades são muitas”No final do jogo, o treinador do Ferroviários, Paulo Costa mostrava-se satisfeito com o resultado final, mas não escondia as dificuldades que vai encontrando no dia-a-dia da equipa. “Estas vitórias moralizam a equipa, mas as dificuldades são muitas, e cada vez maiores”, disse.“Batemos o Mação, uma equipa que já não perdia há muitos jogos. Mas não é fácil gerir as nossas dificuldades. Ainda esta semana, perdemos dois dos nossos melhores jogadores, o Tiago Oliveira e o Rui Barrela, que foram para o Torres Novas, mas mesmo assim com os que estiveram disponíveis e com um júnior, conseguimos chegar à vitória, o que foi muito bom”, disse o técnico. Paulo Costa aponta ainda para as dificuldades que encontra para treinar. “É muito difícil conseguir manter os níveis de motivação no seio do grupo. As dificuldades são grandes, quer em termos financeiros, quer em espaços para treinar. Sem me querer intrometer no assunto, apelo para que os campos sintéticos sejam colocados à disposição das equipas. Como as coisas estão, só o brio e a determinação dos jogadores conseguem fazer estes autênticos milagres. Penso que para todas as equipas da cidade, é importante que a câmara faça um esforço para permitir que as equipas joguem e treinem nos sintéticos, o uso do relvado natural está a tornar-se quase impossível”.Do outro lado, estava um treinador indignado com a arbitragem. O técnico do Mação, José Carlos abandonou mesmo o banco de suplentes antes do final do jogo. “Fomos sempre superiores em campo, fizemos tudo para vencer, mas o árbitro não deixou”, disse em jeito de justificação.José Carlos confirma que os seus jogadores não se adaptaram ao péssimo estado do terreno, mas garantiu que “só não vencemos porque o árbitro foi uma vergonha, passou todo o jogo a empurrar-nos para trás. Vou ser sincero, nunca tinha visto nada assim, este homem não tem condições para arbitrar qualquer jogo de futebol”, disse manifestamente indignado.
Ferroviários vence jogo disputado num relvado impróprio

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