É preciso ter em atenção uma coisa essencial para evitar confusões. Os sindicatos não existem para defender os direitos dos clientes dos CTT. Existem para defender os direitos dos trabalhadores seus associados. Já agora, de passagem, os sindicatos dos professores também não andam a defender o ensino. Andam a defender os seus associados. Os direitos dos seus associados. A distribuição de correspondência tem vindo a piorar a olhos vistos. Toda a gente sabe isso. Há múltiplos factores para que isso aconteça. Um deles tem a ver com a falta de carteiros, sim senhor. Outro tem a ver com o facto de terem entrado muitos jovens para fazer o serviço – digo fazer o serviço e não profissão porque são coisas diferentes – que não conhecem as zonas onde andam. Depois há a política definida pela empresa e a abertura da distribuição a outras empresas, que veio acabar com o monopólio dos CTT.O correio deixou de ser encarado como um serviço público essencial e passou a ser visto como um negócio onde o que conta é a rentabilidade. A corrrespondêncxia pessoal diminuiu por causa da Internet e as vendas online ajudaram a fazer crescer a correspondência comercial – encomendas. É tudo isto que tem que ser considerado. Aumentar apenas o número de carteiros não resolve o problema embora possa contribuir para isso.Joaquim B. Marques Russo