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Deus nos livre do PSD

Sou amigo de um jornalista da velha guarda que ao longo de meio século de trabalho como jornalista foi director de várias publicações de âmbito nacional.Numa conversa recente confidenciou-me que deixou de aceitar cargos de direcção há cerca de 5 anos por causa do tempo que perdia a caminho dos tribunais. Ou trabalhava naquilo que gosto e que é a minha profissão e a minha vida ou andava todos os dias a caminho do Ministério Público e dos tribunais, confidenciou-me.A conversa veio a propósito, porque sinto cada vez mais por parte dos políticos a vontade de condicionar o trabalho dos jornalistas fazendo queixinhas por tudo e por nada ao Ministério Público com o argumento de que têm o seu nome e a sua honra em causa.Mesmo que o Ministério Público faça bom trabalho e não acompanhe as queixas, como acontece na grande maioria dos casos, os políticos queixosos vão para a frente com acusação particular só para chatearem e, com os problemas que nos criam, condicionarem o nosso trabalho.O caso Rui Barreiro é, até agora, o melhor exemplo na nossa vida de mais de 20 anos. Neste caso com a colaboração do Ministério Público, aliás, de uma magistrada, já que confundir a instituição com o mau trabalho de uma pessoa seria uma injustiça.O caso mais recente, ou para falar mais verdade, um dos casos mais recentes, passou-se com uma senhora chamada Paula Carloto, ex-dirigente nacional do PSD que, em tempos, também foi autarca no Entroncamento.O MIRANTE publicou uma notícia relacionada com uma inspecção aos serviços da Câmara Municipal de Lisboa, que envolvia o seu marido e arquitecto no município lisboeta, notícia que também apareceu estampada nos principais jornais do país. A senhora não gostou, fez queixa ao Ministério Público, o Ministério Público entendeu não acompanhar a queixa mas a dona Paula Carloto não se deu como satisfeita e avançou com acusação particular. Lá vamos nós mais uma vez para o tribunal por termos cumprido a missão de informar. Lá temos andado a caminho do tribunal e dos escritórios dos advogados para nos defendermos não vá o diabo tecê-las, como diz o povo e com razão.Paula Carloto é daquelas figuras públicas que sempre se serviu da política e nunca serviu a política. Anda pelo PSD à procura de protagonismo para depois fazer como a grande maioria dos políticos da sua raça: esperar que o partido volte ao Poder para pedir a sua parte do quinhão quando chegar a hora de distribuir cargos públicos.Esta gente da política não presta e envergonha-nos todos os dias. Temos uma classe política, ainda temos uma certa classe política, que não percebe que vivemos num mundo livre em que o direito à informação não pode ser condicionado com ameaças ou queixinhas. Deus nos livre do PSD que esta senhora representa. JAE

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