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Mestre e discípulo reencontraram-se no almoço comemorativo do aniversário do extinto clube de futebol “Os Leões” de Santarém.

Mestre e discípulo reencontraram-se no almoço comemorativo do aniversário do extinto clube de futebol “Os Leões” de Santarém.

Ver Vídeo em: http://www.omirante.pt/omirantetv/entrevista.asp?idgrupo=2&IdEdicao=54&idSeccao=514&id=26798&Action=noticiaMestre e discípulo reencontraram-se no almoço comemorativo do aniversário do extinto clube de futebol “Os Leões” de Santarém. Se ainda existisse fazia 97 anos de actividade. Artur Quaresma, o internacional do Belenenses, era o treinador que formou a escola de futebol do clube, coisa rara naquela altura na região. Ernesto Costa era o jogador que aprendia os passes e os remates e retinha na memória os conselhos para que em campo se respeitasse o árbitro e no jogo se desse espectáculo com desportivismo. Artur Quaresma tem hoje 91 anos de idade que parecem não pesar nas pernas habituadas a correr. No dia de encontrar os antigos companheiros até esqueceu as dores das lesões que o hão-de perseguir até à morte. Formou a escola de jogadores em 1955. Numa época em que não se imaginava ser possível aparecer o que Ernesto chama de “o mercantilismo do futebol”. O “mister,” como é carinhosamente tratado pelos antigos alunos, trabalhava na Siemens, jogava futebol e ainda tinha tempo para ser treinador. A vida de Ernesto Costa também não era fácil. Nascido em Benfica do Ribatejo mas a residir na altura em Almeirim, ia para os treinos de boleia ou, a maior parte das vezes, a pé até Santarém. Um pré-aquecimento antes do jogo. Movia-o o gosto pelo futebol e o orgulho de pertencer a um clube que na altura já tinha muito boas condições e que foi somando vitórias em campeonatos. “Quem vestia a camisola do clube (de cores amarela e branca) sentia-se honrado”. “Os leões” deixaram de rugir em 1969 quando se fundiram com o “Operário” para dar lugar à União de Santarém. Ernesto Costa, passados tantos anos, sente tristeza pelo facto de a União não ter conseguido ser o grande clube que se esperava. “Foi um parto que nasceu torto”, explica, lembrando que os dois clubes deixaram muito património, não só de pedra e cimento mas também de valores. Para o antigo jogador quem foi matando a União foi a política, os políticos que se envolveram no clube, os interesses. E perdeu-se a mística dos “Leões” da carolice, do amor à camisola, do gosto por executar um futebol com arte e requinte.
Mestre e discípulo reencontraram-se no almoço comemorativo do aniversário do extinto clube de futebol “Os Leões” de Santarém.

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