Dubai, São Tomé e até mesmo Caraíbas são destinos procurados nas agências de viagens da região por quem mesmo em época de crise financeira pode abrir os cordões à bolsa para dar boas vindas ao novo ano de 2009. “Quem tem dinheiro continua a viajar na passagem do ano”, revela Catarina Guerra, 26 anos, técnica de turismo da Halcon Viagens, em Vila Franca de Xira. Um “saltinho” às Caraíbas para comer as passas antes das doze badaladas da meia-noite pode custar qualquer coisa como dois mil euros. As terras do Brasil também são procuradas e é um destino que esgota quase sempre. Na Aventura Autêntica, em Santarém, o cenário não é diferente. Venderam-se bilhetes para locais paradisíacos na época festiva, mas não necessariamente para a passagem de ano, ressalta a chefe de agência, Ana Castro, 46 anos. “Esta é uma altura muito dúbia. Às vezes não se vende para a passagem de ano, mas não só por causa da crise. Também se vende fora de época”, diz Ana Castro, lembrando que há pessoas que preferem viajar depois do fim de ano. São Tomé e Dubai são locais procurados. Tal como Tenerife. O Brasil ou as Caraíbas são também os destinos mais internacionais preferidos dos clientes da Noventur, em Torres Novas e Entroncamento, como atesta o director da empresa, José Diogo. A crise financeira fez ressentir o negócio da venda de viagens porque os portugueses também quiseram gastar menos dinheiro. “Quem ia habitualmente para os picos da Europa e para a Serra Nevada passou a ir para a Serra da Estrela e para o Gerês. Esses destinos ficaram esgotados assim que saíram os programas”, argumenta José Diogo que acredita que quem esgota os destinos de neve em Portugal são os portugueses. “Há europeus com muito mais poder de compra”, salienta.As temperaturas mais amenas do Algarve também são uma opção para a noite de réveillon. Um programa que pode ficar por 250 euros. Uma aventura em Espanha chega aos 300 euros. Mais caro tem que pagar quem prefere entrar em 2009 com o pé na Ilha da Madeira. Uma passagem não custa menos de 700 euros. Os clientes da agência de Vila Franca de Xira escolheram também a zona Oeste e da Costa de Lisboa para abrir as garrafas de champanhe em noite de passagem de ano. Os preços oscilam entre os 150 e os 400 euros.Em tempos de vacas mais gordas a agência de Torres Novas chegou a vender viagens para os Picos da Europa e Pirinéus em altura de passagem de ano. Mas com a crise a apertar ir para fora cá dentro é um slogan sempre actual. Para mais quando os tempos são de contenção. Gouveia e Guarda oferecem uma paisagem de neve a preços bem mais convidativos.