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Descoberta de Elvira Fortunato com destaque científico

Descobertas no campo da micro-electrónica, desde o desenvolvimento de circuitos integrados transparentes à utilização do papel como suporte de transístores e de memória, destacam-se entre os avanços científicos do ano em Portugal.Cientistas do Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa conseguiram pela primeira vez tornar o papel parte integrante de um transístor usando-o como isolante, em vez do tradicional silício.Da equipa faz parte Elvira Fortunato, cujo projecto "Invisible" - de produção de transístores e circuitos integrados transparentes com recurso a óxidos semi-condutores - lhe mereceu uma bolsa de 2,5 milhões de euros, a maior concedida até agora a um cientista português.O prémio, atribuído em Julho pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC), será aplicado na aquisição de um microscópio electrónico para observações à nano-escala e fabrico de nanotransístores, e ainda em despesas de pessoal, segundo a investigadora.Entre as explorações possíveis desta tecnologia de baixo custo contam-se aplicações no campo da electrónica descartável, nomeadamente ecrãs, etiquetas e pacotes inteligentes, chips de identificação ou aplicações médicas na área dos bio-sensores, especialmente para diagnósticos. A mesma equipa fez também notícia por ter desenvolvido, em colaboração com a Samsung, uma nova geração de ecrãs planos transparentes baseada na descoberta de um novo material semicondutor para os transístores constituído por óxidos, como o óxido de zinco, que oferece novas vantagens. Já perto do final do ano, os mesmos cientistas anunciaram o desenvolvimento de um dispositivo de memória numa folha de papel que, accionada por uma corrente eléctrica, pode acumular grande quantidade de informação.Uma das suas aplicações mais óbvias será na produção de etiquetas de identificação que poderão incluir, por exemplo, toda a informação disponível sobre um determinado produto: quando foi produzido, onde, por quem, o seu conteúdo pormenorizado, quando chegou à loja e qual o seu tempo de exposição. O próximo passo, segundo os responsáveis pela investigação, será associar esta descoberta à do transístor e criar um dispositivo auto-sustentável e sem fios que permita não só guardar como transmitir informação.

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