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O dirigente “operário”

O dirigente “operário”

Vice-presidente e recepcionista, Alfredo Silva, pratica taekwondo desde muito jovem

Alfredo Silva coordena o taekwondo do Sport Clube Recreativo do Cabo há mais de três décadas. O dirigente continua a praticar a modalidade que sempre apoiou.

É “recepcionista do clube, para a modalidade do taekwondo”. Alfredo Silva, um dos vice-presidentes do Sport Clube Recreativo do Cabo chegou ao clube com 25 anos e a vontade de “dinamizar o desporto e trabalhar em prol da terra”. Três décadas depois, o dirigente, que ainda pratica a modalidade, é um dos dois rostos que orientam o taekwondo do clube, e elege “os miúdos” como receptores preferidos das aulas de artes marciais. Alfredo Silva é 4.º Dan de taekwondo e garante que “deixou de ganhar o seu pão para apoiar a modalidade”. O dirigente, que trabalha numa agência funerária, depois de já ter participado na gestão de uma indústria de bebidas é o primeiro a chegar ao pavilhão do clube, onde se pratica a modalidade. Os alunos, três vezes por semana, praticam taekwondo seguindo as directivas do mestre Luís Costa e de Alfredo Silva, mas já foram muitos mais. “Os miúdos hoje não querem nada, depois de uma época festiva como o Natal e Ano Novo. Com o início da escola, é que surgem mais disciplinados, com o aconselhamento dos pais”. Nas aulas, as regras de segurança são prioridade. Protecções de corpo, cabeça, braços, pernas, boca e conquilhas para o baixo-ventre são elementos obrigatórios na indumentária de qualquer praticante durante os treinos, explica Alfredo Silva. A vontade de competir e ver competir, ganhou-a no futebol onde jogou em vários clubes, incluindo o Olivais e Moscavide, quando aquela formação militava na primeira divisão. “Era um bom defesa, fosse central, lateral ou defesa direito. Quando vinha um indivíduo que achasse que era melhor que eu, era dar provas e podia ficar no lugar”. Quando chegou ao clube, deixando o futebol e abraçando as artes marciais que aprendera no Sporting Clube de Portugal, o actual vice-presidente foi convidado por Luís Costa para participar na escola de taekwondo que o mestre abrira no clube. “É um mestre que já deu aulas em várias escolas da zona, como em Pinheiro de Loures ou Loures. As escolas são conhecidas pelos combatentes, pelo que é importante ter alguém disciplinador”. O dirigente recorda como se juntava a Luís Costa para coordenar a modalidade em torneios com outras escolas de taekwondo. “Íamos praticar, e com a parte da mensalidade que cabia ao clube, comprava alimentos para o lanche dos miúdos”. O resultado das viagens aos concelhos vizinhos para “dar uns pontapés e umas cacetadas” foi a elevação da classe de taekwondo do clube a uma das melhores da modalidade durante alguns anos, mas sem a glória merecida, no entender de Alfredo Silva. “Estamos na extremidade do concelho de Vila Franca de Xira. Se estivéssemos no município de Loures, tínhamos mais reconhecimento que trabalhando aqui”. Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e o governador civil de Lisboa foram, na década de noventa algumas das individualidades convidadas para os torneios organizados pelo clube. Face à vitória num combate, Alfredo Silva nega que o praticante deva receber rasgados elogios. “Se ganha, não é excelente. É um bom aluno, um bom praticante, pouco mais que isso. Dizer que é o melhor, é sempre mau”, remata o dirigente.
O dirigente “operário”

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