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Extrovertido Manuel Serra d’Aire

A atracção dos autarcas para o turismo (não confundir com abismo) já era por de mais conhecida. Basta lembrar as frequentes comitivas de autarcas e acompanhantes que rumam do Ribatejo ao Japão, a Cabo Verde, ao Brasil, à Tailândia e outras paragens mais prosaicas ao abrigo de geminações e outras desculpas mais ou menos esfarrapadas. É uma forma de conhecer mundo como outra qualquer, com a mais valia de ser feita às custas do Zé Povinho. É a alma lusitana de dar novos mundos ao mundo em todo o seu esplendor. Já o poeta dizia que navegar é preciso. E se o poeta dizia…A paixão pelo turismo é tão grande ou tão pequena que alguns dos nossos autarcas – como os de Alpiarça e Ourém - até largam as câmaras municipais antes do final do mandato para irem presidir às novas regiões de turismo. Isto é que é desprendimento. Aquilo deve ter mel, meu caro. E ainda por cima ninguém lhes mói o juízo por causa das estradas esburacadas ou dos esgotos a céu aberto. Nem têm de aturar os pincéis das assembleias municipais. Falando de coisas sérias: Manel não me contaste como foi o teu Natal. Não tens visto as revistas cor-de-rosa com os natais dos famosos? Ora tu também és famoso, ou pelo menos tão conhecido como algumas dessas estrelas, e por isso tens responsabilidades acrescidas perante o grande público (seja lá o que isso for). Recebeste muitos pares de peúgas? Devoraste o bacalhau todo? Regaste o peru com um bom tinto do Douro? Estas são as questões do momento e que devem ser esclarecidas a bem da informação dos nossos leitores. Da minha parte, e apesar de ninguém me ter perguntado, posso dizer que este ano não tive direito a nada. Culpa minha, confesso. Como sabes, o Pai Natal só coloca prendas a quem deixa o sapatinho na chaminé. Acontece que este ano não tinha sapatos onde o barbudo pudesse deixar os presentes. Nos últimos tempos, fruto de um desporto muito em voga na actualidade, tenho-me dedicado a arremessar sapatos e não acautelei esse pormenor. As últimas munições, um par de pantufas já gastas, foram direitinhas às fuças do cobrador do fraque que me tem andado a perseguir por causa de uma dívida antiga numa casa de alterne. Imarcescível Manel é com preocupação redobrada que entro neste ano de 2009. Por mim ficava em 2008 para sempre, cristalizado naquela noite de boa memória em que o Sporting ganhou ao Benfica por 5-3 para a Taça. Não sendo possível, resta-me fazer os habituais votos para o novo ano. E se estás à espera que peça mais paz no mundo, o fim da fome e muito amor tira o cavalinho da chuva. O que eu queria mesmo é que arranjassem coveiros para o cemitério de Santarém, antes que os autarcas comecem a enterrar-nos. Queria que aquele famoso viaduto no Forte da Casa fosse classificado como património mundial das aberrações autárquicas e que não o demolissem. Queria que a presidente Anita voltasse ao activo em Salvaterra de Magos e mantivesse acesa a pitoresca chama bloquista no Ribatejo. Porque a política sem ela e sem o presidente Rodrigues de Torres Novas não tem a mesma piada. E o Moita Flores não consegue estar em todo o lado. Embora por vezes pareça…Um abraço quebra-ossos do Serafim das Neves

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