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Banco de Portugal confirma recessão para este ano

Banco de Portugal confirma recessão para este ano

Contracção da economia pode ser mais acentuada devido à crise internacional

As previsões de Vítor Constâncio apontam continuação da crise em 2010.

O Banco de Portugal prevê uma recessão para este ano, mas os riscos de a contracção ser mais acentuada do que os 0,8 por cento agora estimados são elevados, segundo o Boletim Económico de Inverno divulgado terça-feira. "O grau de incerteza subjacente à actual projecção permanece particularmente elevado, nomeadamente no que se refere à magnitude e à persistência do abrandamento da economia global, ao novo nível em torno do qual estabilizarão os mercados financeiros internacionais, bem como ao impacto das medidas governamentais", refere o boletim do banco central.Esta consideração aplica-se também às projecções para 2010, ano para o qual o banco central conta com uma subida de 0,3 por cento do produto interno bruto (PIB). As probabilidades de uma realização inferior à da projecção actual para o PIB são de 59 por cento para ambos os anos. Na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de Inverno, Vítor Constâncio chegou a afirmar que "as medidas tomadas pelo Governo [português] vão contribuir para atenuar a recessão", reconhecendo em seguida, porém, que "é difícil" quantificar o seu efeito na economia.Questionado sobre se o Governo precisa de tomar mais medidas para tentar ultrapassar a crise, Constâncio alertou que Portugal não deve ter programas que elevem o défice orçamental muito acima dos três por cento do PIB (meta prevista pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento mas que em conjunturais especiais pode ser quebrado).Segundo o Boletim de Inverno, as actuais projecções assentam num conjunto de hipóteses sobre a evolução futura das variáveis de enquadramento da economia portuguesa, as quais reflectem a informação disponível até 11 de Dezembro e "têm por base diversos pressupostos relativos às taxas de juro, taxas de câmbio e preços das matérias-primas, assim como à evolução da actividade económica no exterior e às suas implicações sobre a procura externa dirigida às empresas nacionais"."Existe claramente a possibilidade de a actual crise financeira se revelar mais prolongada e mais profunda do que o admitido no enquadramento externo de projecção, implicando um maior impacto sobre a actividade económica mundial, quer sobre as economias avançadas, quer sobre as economias de mercados emergentes", lê-se no boletim.O Banco de Portugal salienta que "uma eventual recessão económica mundial não deixaria de ter fortes repercussões sobre o enquadramento externo da economia portuguesa". "Neste contexto, o factor de risco identificado implicaria um menor crescimento da procura externa dirigida à economia portuguesa, com destaque para as economias pertencentes à área do euro, as economias do Reino Unido e dos Estados Unidos", refere o banco central.
Banco de Portugal confirma recessão para este ano

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