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Antigo cemitério de Vila Nova de São Pedro abandonado há 50 anos

Junta de freguesia tem um projecto para dar alguma dignidade ao espaço

O antigo cemitério de Vila Nova de São Pedro, Azambuja, está abandonado há mais de 50 anos. Alguns familiares e residentes da aldeia pedem à autarquia que recupere o espaço, em memória de quem lá repousa.

Os moradores de Vila Nova de São Pedro, concelho de Azambuja, lamentam o estado de degradação do antigo cemitério e pedem à junta e à câmara municipal que conservem o que resta da última morada de quem ali jaz. Muitos moradores transladaram os corpos dos familiares para o novo cemitério da freguesia, inaugurado nos anos 60 e que ainda tem espaço para mais 200 pessoas. Ainda assim, devido à ausência de registos, é impossível precisar quantos ainda estão enterrados no antigo cemitério. Só uma escavação poderá indicar valores reais.O muro principal do antigo cemitério parece querer ruir a qualquer instante. O acesso pedonal é praticamente inexistente. Lá dentro, o cenário não é melhor: covas abertas, um jazigo atirado ao abandono e cruzes ferrugentas. Há muito que as silvas tomaram o lugar das flores. Sabe-se que ali só estão mortos, mas não se sabe quem são. O presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova de S. Pedro, Lúcio Costa, informa que está em curso uma obra de recuperação do espaço. Numa primeira fase consistiu no arranque e limpeza do mato existente. Segue-se a recuperação do muro e pilares. A intervenção com um custo estimado de cinco mil euros. “Vamos ao encontro da pretensão das pessoas mais idosas da freguesia”, refere a O MIRANTE. O local está ao abandono há mais de 50 anos e já foi feita uma consulta pela população para aferir o que fazer naquele espaço. A única garantia é que o espaço será “transformado num lugar condigno que as pessoas possam visitar”, diz o presidente. Junto ao cemitério repousam também os restos de uma antiga igreja, que também poderá ser alvo de uma intervenção.Para alguns moradores a obra chega tarde e muitos não acreditam na sua concretização. “Ainda bem que arrancaram as silvas em memória dos que ainda ali repousam. A obra vem tarde, mas mais vale tarde do que nunca”, afirma Alfredo Pedro. O antigo cemitério está longe do centro da freguesia e muitos dos actuais residentes apenas se lembram dele da sua infância.“A única vez que me lembro de lá ir foi com os meus pais, ao funeral de um amigo deles. Nunca mais lá voltei”, diz Óscar Dias, não acreditando na completa recuperação do espaço. “Não há dinheiro que chegue”, profetiza. Alguns moradores são da opinião também que o valor investido na recuperação deveria ser usado em obras de beneficiação da freguesia. “Os mortos já não precisam de atenção”, atiram. Segundo o presidente da junta morrem em média 10 a 15 pessoas por ano em Vila Nova de São Pedro.

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