Augusta Miranda
66 anos, Vialonga, Comerciante
“Se me dissessem que a crise financeira estava ultrapassada seria uma boa notícia mas, sem dúvida, a melhor de todas seria o fim de todas as guerras. Não suporto ver na televisão, crianças a morrer e famílias destruídas devido a guerras sem nexo”
O que é que faz falta a Vialonga?Faz falta muita coisa. Dentro da vila não existe um café central, não existe divertimento, não existem espaços que atraiam as pessoas, tanto novos como velhos. Não há nada que faça as pessoas vir ao centro da vila. As novidades seriam também uma forma de revitalizar o comércio da vila que está praticamente morto.Se fosse primeiro-ministro que medida tomaria?Construía espaços para a terceira idade que são pessoas que muitas vezes são deixadas ao abandono. Parece que assim que temos idade para nos reformarmos deixamos de ser úteis à sociedade e isso não é verdade. Ainda temos muito que viver e é necessário criar espaços de lazer para os mais velhos.Como é que ocupa os tempos livres?Praticamente não tenho tempos livres, mas sempre que tenho oportunidade aproveito para ler. É uma actividade que me dá muito prazer. E brinco com os meus netos. Quando está bom tempo vamos para a casa de praia na Ericeira e passeamos, brincamos e jogamos às cartas com amigos. Quando está doente recorre ao serviço público ou privado?Vou ao público, mas confesso que não gosto do Hospital de Vila Franca de Xira porque não tem condições. Tenho consciência que quando o problema é mais grave é preferível recorrer ao privado.Que notícia gostaria de ler nos jornais?Se me dissessem que a crise financeira estava ultrapassada seria uma boa notícia mas, sem dúvida, a melhor de todas seria o fim de todas as guerras. Não suporto ver na televisão, crianças a morrer e famílias destruídas devido a guerras sem nexo.De que forma é que a crise a afecta?Falta de clientes. O comércio está parado, não há poder de compra logo os comerciantes não vendem. Estamos numa fase muito complicada.Acredita que o novo presidente dos EUA pode contornar a crise financeira?Acredito. O antigo presidente tinha umas ideias muito ultrapassadas e não se preocupava com a população. Este parece ser mais calmo e ponderado e acredito que seja capaz de mudar o rumo da péssima situação em que nos encontramos. Além disso tem a vantagem de ser jovem.Como classifica o povo português?Acredito que apesar de pessimistas não existe povo mais simpático e acolhedor do que o português. Quando vou à vizinha Espanha noto logo a diferença no tratamento. Os espanhóis são muito mais frios. Nós somos muito mais afáveis.A que se devem as mortes nas estradas portuguesas?Falta de civismo dos condutores. No outro dia ia com o meu marido no carro na estrada nacional 10 e vinha um veículo a toda a velocidade. Acho que algumas pessoas não têm consciência de como é perigoso andar na estrada. Acham sempre que os acidentes só acontecem aos outros.
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