Canta-se o fado em Alverca do Ribatejo
Garagem do presidente é local de ensaios
Os elementos da Escola de Fado Alverquense ensaiam numa garagem todas as terça-feiras, mas já têm a promessa de um novo espaço.
Ver Vídeo em: http://www.omirante.pt/omirantetv/index.asp?idgrupo=2&IdEdicao=54&idSeccao=514&id=27700&Action=noticiaÉ numa garagem na rua 9 de Agosto em Alverca do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, que os fadistas da Associação Recreativa, Desportiva e Cultural Escola de Fado Alverquense, ensaiam às terças-feiras entre as 20h30 e as 23h30.Antero Botelho é o presidente da associação e o grande impulsionador do projecto da escola de fado. Apaixonado pela canção portuguesa afirma que não quer acabar com a escola e como não tem outro espaço resta a sua garagem.O empresário de 66 anos admite que as condições não são as melhores, mas espera receber uma boa notícia em breve. “Há uma promessa da presidente da Câmara de Vila Franca de Xira e do presidente da Junta de Freguesia de Alverca, de nos arranjarem um espaço que é isso que nos sonhamos”, refere com esperança.Ao longo dos cerca de seis anos e meio de vida a Escola de Fado Alverquense já venceu 60 prémios em diversos concursos por todo o país. O presidente garante que as bandeiras de Alverca e Vila Franca de Xira estão sempre presentes.Actualmente a escola conta com 100 associados que pagam um euro de cota mensal. De acordo com Antero Botelho o dinheiro arrecadado não chega para nada e sempre que é preciso pagar as inscrições nos concursos, deslocações, refeições ou outras despesas o dinheiro sai do seu bolso. Apesar de todos os gastos e problemas garante que não consegue viver sem o fado.Silêncio… que se vão afinar as guitarras. É desta forma que Jacinto Carminho de 60 anos dá início às aulas. Mestre da guitarra, ensina a tocar e a colocar a voz no timbre e a dizer as palavras no momento certo com entoação própria. Corrige sempre que necessário mas recusa o título de professor. Prefere antes dizer que gosta de transmitir aquilo que sabe. O guitarrista afirma que o fado é um estado de alma que nasce com a pessoa, algo que acontece naturalmente. As escolas de fado são uma ajuda para quem precisa. “ Há os prodígios como em todas as áreas, mas há aquelas pessoas que com muito trabalho terão que se construir. Têm uma sensibilidade dentro de si mas as vezes há partes técnicas que falham, que não conseguem por si próprias superá-las, e aí a escola é fundamental”, salienta Jacinto Carminho.Paula Teixeira tem 38 anos e é o segundo membro mais antigo logo a seguir à mãe.”Esta escola é a minha família e a minha paixão”, refere. Cantar e ter paixão só por si não basta. “É preciso ter alma e isso ou se tem ou se vai aprendendo. Cantar o fado também dá muito trabalho. Umas vezes é alegria outras é tristeza”, concluiu a fadista.Actualmente a escola conta com 36 alunos, com idades entre os 10 e os 83 anos, provenientes de diversos pontos do país. De Alverca, Viseu, Coimbra, Fátima, Torres Novas, Montijo Caldas da Rainha ou Lisboa. Em comum nutrem o gosto pela canção nacional e sempre que podem deslocam-se propositadamente para dar largas à voz e à alma fadista. Está prevista a participação da Escola de Fado Alverquense em vários concursos de fado pelo país. O primeiro será já no final do mês em Setúbal.
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