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“Famílias tradicionais do Ribatejo ajudaram a perpetuar salazarismo”

“Famílias tradicionais do Ribatejo ajudaram a perpetuar salazarismo”

Historiador Manuel Loff aponta responsabilidades a latifundários dos anos 30
As famílias tradicionais do Ribatejo e Alentejo “ajudaram a perpetuar o salazarismo nos primeiros vinte anos do regime”, considera o historiador Manuel Loff. O investigador que passou no fim-de-semana pelo Museu do Neo-Realismo para apresentar o livro “O Nosso Século é Fascista!” nota que “O papel do mundo das elites rurais desta região, não uma em particular, mas no seu conjunto, é significativo nos anos 30 e 40, a primeira fase do salazarismo”. Na pesquisa para uma obra em que descreve a visão política do mundo através de documentação dos regimes dos ditadores ibéricos Oliveira Salazar e Franscisco Franco, o investigador encontrou também referências ao papel de Vila Franca e Alhandra na oposição ao regime desde os primeiros tempos. As greves de 1942 e 1944, a última organizada por correligionários do escritor Soeiro Pereira Gomes, foram os elementos mais relevantes relativos àquela época encontrados pelo historiador.Os elogios de Manuel Loff à estética do Museu do Neo-Realismo fizeram-se sentir desde o início da apresentação, perante uma plateia de cerca de 30 pessoas. Admirador da corrente pictórica e literária, o investigador portuense salienta capacidade daquela corrente artística em “comprometer a arte na leitura da sociedade contra a versão portuguesa do fascismo. O neo-realismo permitiu criar em muitos portugueses uma forma de ler a realidade crítica do salazarismo e da ideologia dominante”.
“Famílias tradicionais do Ribatejo ajudaram a perpetuar salazarismo”

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