Quercus e Alambi contra propostas de traçado do TGV no Ribatejo
Posição expressa durante consulta pública do estudo prévio da Avaliação de Impacte Ambiental
Em causa está o troço entre Castanheira do Ribatejo e a Ota
As associações ambientalistas Quercus e Alambi, de Alenquer, rejeitam as alternativas de traçado do comboio de alta-velocidade, no troço Castanheira do Ribatejo/Ota, afirmando que trarão impactos negativos nos solos e para as populações. O parecer conjunto divulgado segunda-feira insere-se no âmbito da consulta pública ao estudo prévio da Avaliação de Impacte Ambiental da ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Porto, no troço Alenquer -Pombal, especificamente entre a Castanheira do Ribatejo (Vila Franca de Xira) e a Ota (Alenquer). Segundo os ambientalistas, as quatro alternativas apresentadas implicam “acções de terraplanagem muito intensas ao longo dos traçados (com escavações superiores a 15 metros), que vão alterar a paisagem de forma considerável” e atravessando “grandes extensões de áreas agrícolas, com solos com capacidade de uso elevada”. “Todos os traçados foram projectados sobre uma área considerável de zonas de fauna e habitat protegidos, nomeadamente o Paul de Alvarinho e o Paul do Archino, áreas que deverão ser salvaguardadas”, lê-se no parecer. A Quercus, associação nacional para a conservação da natureza, e Alambi, associação de defesa do ambiente de Alenquer, afirmam ainda que as alternativas foram projectadas sobre uma outra área de interesse ecológico - o montado de sobro. Os ambientalistas argumentam que as propostas afectam estruturas como linhas de alta tensão, da EPAL, auto-estradas, outras vias rodoviárias e gasodutos. A construção de um viaduto sobre a lezíria e as auto-estradas no Carregado (com 35 metros de altura) será em termos visuais “dificilmente minimizável”. Uma das alternativas (2) “afecta especialmente o corredor ecológico Tejo-Montejunto, uma zona húmida importante do ponto de vista da fauna, flora e dos sistemas ecológicos”. Duas das alternativas de traçado (2 e 3) têm impactos mais significativos ao nível do ruído, habitações e património arquitectónico, referem.As duas associações concluem que “as alternativas em apreciação no Estudo de Impacte Ambiental (EIA) configuram apenas pormenores de traçado, uma vez que as grandes opções de traçado foram já há muito decididas, sem uma verdadeira discussão pública”. Afirmam que o EIA “não pode servir de auxiliar a uma decisão fundamentada, sendo pois necessário um novo EIA ou aditamentos a este, que permitam colmatar lacunas existentes e fundamentar as propostas apresentadas”.
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