Um fecho éclair separa homens e mulheres.
Um fecho éclair separa homens e mulheres. É um cartoon, sátira à lei do divórcio da autoria da ilustradora Cristina Sampaio. Está no celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira. A inglesa Carole Garton, a residir há 34 anos em Portugal, aponta-lhe a objectiva da máquina de bolso digital. É um dos seus quadros preferidos. Adora cartoon. Essa arte sucinta de fazer a crítica necessária. Não só em Portugal. Em qualquer sítio do mundo. Os desenhos são tão internacionais que às vezes não se exige saber de política portuguesa. Mas Carole Garton sabe. E até elogia a forma fantástica como em Portugal se arranjou maneira de afastar os carros das zonas pedonais requalificadas. Falta só encontrar maneira de acautelar o património nacional. “Se fosse na Irlanda ou na Holanda não deixavam as casas cair de velhas”, observa com sotaque. “É uma pena”. Em Lisboa, em Vila Franca de Xira e em Alcochete. Perdem as terras que não recebem a visita de estrangeiros que ficam “atónitos” com tanta coisa que há ao abandono. “Urban planning?”, pergunta ao companheiro. A tradução chega depressa: “Ordenamento do território”. Foi muito difícil cá chegar, confessa. Os acessos são difíceis. A estrada nacional é desaconselhada. “Tentámos o caminho antigo para apreciar a beleza natural e é absolutamente um pesadelo. Só camionetas e fábricas. É triste porque viemos a pensar em ver o rio pelo caminho e não há nada”. Tem 61 anos. É tradutora. Agradece elogios sobre a sua juventude, mas confessa que às vezes se comporta de maneira um pouco juvenil. Uma coisa garante. Não vai repetir a estrada nacional. Da próxima vez será o comboio a trazê-la a ver os desenhos de António, Maia, Cid e Gonçalves. E agora também Cristina Sampaio.Ana Santiago
Mais Notícias
A carregar...