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Em Alverca joga a única equipa de futsal feminino do concelho de Vila Franca

Em Alverca joga a única equipa de futsal feminino do concelho de Vila Franca

Falta de uma selecção nacional e de um campeonato regional desmotiva jogadoras

Núcleo Cultural Recreativo e Desportivo da Chasa, em Alverca do Ribatejo, é a única equipa de futsal feminino no concelho de Vila Franca de Xira. Apesar dos muitos sacrifícios, a paixão pela modalidade tem falado mais alto. Treinador critica Federação Portuguesa de Futebol.

As mulheres ainda estão vetadas ao abandono, principalmente no futsal. O desabafo é de Fernando Teixeira, treinador do Núcleo Cultural Recreativo e Desportivo da Chasa (NCRDC), única equipa de futsal feminino do concelho de Vila Franca de Xira. O técnico confessa ainda que “não há um campeonato nacional nem selecção, o que provoca desmotivação nas atletas, que se sentem discriminadas”, refere.Com 58 anos, natural de Mafra, abraçou o projecto na época 2005/2006. Conhecedor da realidade afirma que já foram feitos muitos projectos mas nunca se chegou a uma decisão e aponta o dedo à Federação Portuguesa de Futebol. “ Não é por falta de massa humana pois o número de praticantes tem vindo a aumentar de ano para ano. Só na Associação de Futebol de Lisboa (AFL) temos sessenta equipas de futsal feminino inscritas com cerca de duzentas atletas. No futebol de onze há apenas cinco equipas formadas e disputam um campeonato nacional. Há falta de vontade da federação e das altas entidades que não estão para aí viradas”, revela Fernando Teixeira.O coordenador técnico considera que é desmotivante para as jogadoras saberem que atingem um determinado nível e que depois não conseguem progredir mais. “O estímulo seria competirem num campeonato nacional tendo como objectivo chegarem à selecção nacional. Como isso não existe, nem sequer um campeonato regional, apenas jogos entre associações, muitas desistem devido ao desgaste físico e mental”.Quanto à época em curso, na primeira divisão distrital da AFL, Fernando Teixeira garante que está a correr bem apesar da equipa atravessar uma fase de reestruturação. “Há um modelo de jogo, que leva o seu tempo a assimilar, mas já estamos a entrar no ritmo”, assegura o técnico que neste momento ocupa o quarto lugar com o mesmo número de pontos que o terceiro classificado.A gestão do balneário é feita pela capitã de equipa. Ana Paulos tem 22, é animadora cultural e natural do Bom Sucesso, Alverca do Ribatejo. É a mais antiga no grupo e uma das treze jogadoras do plantel. A guarda-redes já viu, ao longo dos últimos cinco anos, passarem muitas colegas mas nunca desistiu.”Sinto uma grande paixão e gosto pela modalidade. É quase como uma dependência. O ambiente é excelente, há companheirismo e amizade entre todas, que faz com que os momentos menos bons sejam ultrapassados. O bem que isto me faz supera todos os sacrifícios”, diz a jovem.Considera que o futsal feminino já atingiu um bom nível e que as pessoas começam a olhar para as jogadoras de uma outra forma, apesar de ainda não estarem ao mesmo patamar que os homens. “Não são raparigas que dão uns toques na bola mas atletas que sabem jogar futsal”, afirma Ana Paulos que tem a esperança que num futuro próximo criado um campeonato nacional.Vera Serrador tem dezanove anos e mora em Vila Franca de Xira. A futura gestora gostava de, no futuro, poder viver à custa do futsal, mas tem consciência que isso não será possível durante os próximos anos. Afirma que cada vez há mais adeptos nas bancadas, mas o futsal ainda é visto um pouco como desporto para homens”, remata.
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